terça-feira, 29 de novembro de 2011

retirado da formação de catequistas

Um apoio para a reflexão:
“O fruto da evangelização e da catequese é fazer discípulos, acolher a Palavra,
aceitar Deus na própria vida, como dom da fé. O seguimento de Jesus Cristo realizase
na comunidade fraterna. O discipulado, como aprofundamento do seguimento,
implica renúncia a tudo o que se opõe ao projeto de Deus” (DNC 34).
"A Catequese é um ato essencialmente eclesial. Não é uma ação particular. A Igreja
se edifica a partir da pregação do evangelho, da catequese, da liturgia, tendo como
centro a celebração da Eucaristia. A catequese é um processo formativo, sistemático,
progressivo e permanente de educação da fé. Promove a iniciação à vida comunitária,
à liturgia e ao compromisso pessoal com o Evangelho. Mas prossegue pela vida
inteira, aprofundando essa opção e fazendo crescer no conhecimento, na participação
e na ação” (DNC 233).
“Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir
este tesouro aos demais é uma tarefa eu o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos
escolher” (DA 18).

segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Retirado de subsídio de Formação de catequistas



Re-inventar a catequese
com o entusiasmo de quem descobriu o tesouro
e quer ser um discípulo apaixonado pelo Reino.
Proclamação do Evangelho segundo Mateus (Mt 13,44-46):
O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá
bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo.
O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. Ao
encontrar uma de grande valor, ele vai vende todos os bens e compra aquela pérola.
Para refletir:
“Há uma história de um homem que corre ao encontro de um monge que está passando pela
aldeia: ‘Dê-me a pedra, a pedra preciosa!’ O monge diz: ‘De que pedra você está falando?’ O
homem: ‘Ontem à noite, Deus me apareceu em sonho e disse: ‘Um monge estará passando pela
aldeia ao meio-dia de amanhã, e se ele lhe der uma pedra que leva consigo, você será o homem
mais rico do país. Então, dê-me a pedra!’ O monge remexeu no saco e tirou um diamante. O maior
diamante do mundo, do tamanho da cabeça de um homem! E disse: ‘É essa pedra que você quer?
Eu a encontrei na floresta. Tome-a’ O homem agarrou a pedra e saiu correndo para casa. Mas não
pôde dormir aquela noite. Na manhã seguinte, muito cedo, foi onde o monge estava dormindo,
debaixo de uma árvore, acordou-o e disse: ‘Aqui está o seu diamante de volta. Quero a riqueza que
o torna capaz de jogar a riqueza fora’. Isso é o que temos de descobrir se quisermos achar a alegria”
(Anthony de Mello).

sábado, 26 de novembro de 2011

O ser do catequista: seu rosto cristão.
“Neste encontro com Cristo, queremos expressar a alegria de sermos discípulos
do Senhor e de termos sido enviados com o tesouro do Evangelho.
Ser cristão não é uma carga, mas um dom” (DA, n. 28).
No dia-a-dia quando nasce uma criança, as pessoas correm para vê-la e logo começam as
especulações: “parece mais com o pai ou com a mãe?”. A partir daí começam as constatações: “o
formato da boquinha e do narizinho é da mãe”, “os olhinhos puxados são do pai”, “o rostinho e
da vovó e o temperamento é do pai”, etc...
O catequista tem um rosto cristão, isto quer dizer, ele possui a fisionomia de Deus. Segundo
o Gênesis, fomos criados “à imagem e semelhança de Deus” (cf. Gn 1,26s). Além de uma
fisionomia humana, o catequista também possui uma fisionomia cristã. Mas não vamos pensar
matematicamente que o catequista tenha duas caras. O rosto humano do catequista é também
cristão, ou seja, ele é gente, pessoa humana, mas também é filho de Deus, vocacionado à felicidade,
ao amor e à comunhão com toda a criação.
Este projeto tão bonito de harmonia e de felicidade foi pintado no livro do Gênesis.
Precisamos descobrir ali o sentido para a nossa vida e a alegria de ser filho (a) de Deus.
Contudo o fato de ser cristão não quer dizer que tudo esteja pronto. Há um longo caminho a
percorrer e para nós, cristãos, esta corrida se inicia no Batismo.
Todos fomos criados à imagem de Deus para ser a sua semelhança: “Mas todos nós temos o
rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor e nos vemos transformados
nesta mesma imagem, sempre mais resplandecentes, pela ação do Espírito do Senhor” (2 Cor 3,
18).

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PEDAGOGIA DA FÉ
A pedagogia de Deus educa para a vida. Deus corrige seus filhos com um pai misericordioso, um mestre, um sábio, assumindo a pessoa, o indivíduo e a comunidade na condição em que se encontra. Deus atrai a si com vínculos de amor.
A pedagogia de Cristo foi a de continuar a pedagogia de Deus. Ele a realiza acolhendo o outro, anunciando a Boa Nova, convidando à conversão, desafiando a um amor delicado e forte e empregando todos os recursos da comunicação interpessoal.
A pedagogia da Igreja procura viver a pedagogia do Pai e do Filho. A comunidade cristã é uma catequese viva. A Igreja sempre produziu a pedagogia da fé pelo testemunho de santos e de catequistas.
Assim, a Catequese é uma pedagogia: inserida no diálogo da salvação entre Deus e a pessoa; que respeita a liberdade; que destaca a iniciativa divina e a sua motivação amorosa, que aceita o princípio da progressividade da Revelação; aceita os aspectos misteriosos da Palavra de Deus e a sua adaptação às pessoas e às culturas; reconhece a centralidade de Jesus, determinando a pedagogia da encarnação; faz próprio o processo de diálogo através das relações interpessoais; feita de sinais, fatos e palavras, ensinamentos e experiências; recebe a força da verdade q a motivação para dar testemunho do amor de Deus.
A Catequese, como processo, segue Cristo, no Espírito, rumo ao Pai. A pedagogia da fé recebe de Jesus Cristo a lei da fidelidade a Deus e à pessoa humana, numa atitude de amor.
Será perfeita a Catequese que ajudar a perceber a ação de Deus ao longo da caminhada da formação, favorecendo um clima de escuta, de ação de graças e de oração, promovendo a participação ativa dos catequizandos.

sábado, 19 de novembro de 2011

Venham vocês, que são abençoados por meu Pai (Mt 25,31-40) - Ildo Bohn Gass

Quarta-feira, 16 de novembro de 2011 - 15h11min

O texto da liturgia deste domingo é a parte final do último dos cinco discursos de Jesus no Evangelho segundo Mateus (Mateus 5-7; 10; 13,1-52; 18; 24-25). Esses últimos dois capítulos são conhecidos como o discurso escatológico, isto é, a reflexão voltada para as últimas coisas, sobre a intervenção de Deus na história com a parusia (vinda,presença) gloriosa do Filho do Homem. Como se esperava na mentalidade fortemente apocalíptica, essa chegada seria para breve.

O pano de fundo para essa forma de pensar é a violenta guerra do império romano contra o povo judeu nos anos 66 a 70 d.C. De modo especial, precisamos ter presente o ano 70 d.C., quando o general Tito destruiu Jerusalém e arrasou o templo. Nesse sentido, essa tragédia entendida como julgamento de Deus sobre Israel é como que uma antecipação do que haveria de acontecer por ocasião daparusia definitiva, da vinda final do Reino de Deus, momento em que todos os povos seriam julgados.

Na segunda metade desse discurso, temos as parábolas a respeito da vigilância permanente diante da iminente possibilidade da vinda do Filho do Homem (Mateus 24,43-25,30), bem como a parábola do juízo final (Mateus 25,31-46).

Essa parábola apresenta o Jesus glorioso como rei que julga as nações (Mateus 25,32). Esse julgamento não será somente no final dos tempos, mas já começou com a vinda de Jesus de Nazaré. Seu jeito de ser rei (Mateus 25,34) é diferente do modo de o imperador ou Herodes governarem através da opressão e da violência. Na prática do Reino de Deus, os critérios éticos centrais que orientam o comportamento das pessoas são o amor (Mateus 22,37-39), a justiça, a misericórdia e a fidelidade ao projeto do Pai (Mateus 23,23). Esse também foi o centro da prática profética no antigo Israel (cf. Isaías 58,6-10; Oséias 6,6).

Os frutos concretos desse amor e dessa justiça são obras de misericórdia palpáveis, bem visíveis. Eu estava com fome, e me destes de comer; eu estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu, e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão e fostes visitar-me (Mateus 25,35-36). Jesus não perguntará a que nação pertencemos, ou qual a tradição religiosa que confessamos. O que importa é que devemos cumprir toda justiça (Mateus 3,15) em relação aos maispequeninos, que são os irmãos de Jesus (Mateus 25,40). Eles mesmos são o ponto alto da encarnação de Deus, pois ser misericordioso com eles é ser solidário com o próprio Jesus (Mateus 25,40). Quando esta é a prática da comunidade, então ela também é Jesus encarnado, é o corpo do Cristo, pois o agir dela é semelhante ao agir de Deus (cf . Primeira Carta aos Coríntios 12,12-27). E a essência do agir divino, do projeto de Jesus, é a partilha do pão, da água, da casa, da roupa, da saúde e daliberdade, isto é, das necessidades fundamentais para ter vida cidadã. É nisso que consiste ser justo.

Mas não podemos olhar de forma ingênua e isolada para esta parábola, limitando-nos ao assistencialismo. Certamente também é urgente ajudar logo a quem precisa. No entanto, é necessário enxergar mais longe e, com Jesus, superar a tentação de somente transformar pedras em pão (Mateus 4,3). É indispensável buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo(Mateus 6,33).

No Pai Nosso, Jesus manifestou o desejo do Pai de que já na terra vivamos como será no céu (Mateus 6,10). Por isso, é tão importante para Deus, de um lado, ver todas as suas criaturas presentes no céu, e de outro, ver um mundo em que a justiça do seu Reino não permita que haja uma única pessoa que passe fome e sede, seja forasteira, esteja nua, ou abandonada enquanto doente ou na prisão.

Por fim, convém lembrar algo incomum presente nestes critérios éticos que nos colocam ou excluem do caminho do Reino. Excluir-se do projeto do Pai não é por questões moralistas, muitas vezes fruto de preconceitos discriminatórios. No entanto, a exclusão se dá por não partilhar. Acomodar-se, não fazer nada, é tornar-se cúmplice, é contribuir com a situação de fome, de sede, de falta de vestimentas e de casas. É colaborar com a situação precária da saúde pública e da falta de liberdade plena para todas as pessoas. Portanto, negar-se a partilhar é ter parte de responsabilidade na situação atual dos pobres, que estão à margem dos direitos fundamentais à vida, à dignidade.

Ildo Bohn Gass é biblista do Centro de Estudos Bíblicos

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CATEQUESE RENOVADA

Diante dos novos desafios colocados pela sociedade à Igreja, problemas pastorais, falta de vivência cristã, violência crescente, decadência dos valores morais, contexto latino-americano, surge, em 1983, uma resposta dos Bispos do Brasil à essa nova situação histórica: a chamada Catequese Renovada.

Essa nova forma brasileira de catequizar caracterizou-se da seguinte forma:

a) Catequese como processo de iniciação à vida de fé;

b) Uma iniciação à vivência da fé em comunidade;

c) Processo permanente de educação da fé: dura a vida inteira, não se destina só às crianças, mas aos adultos sobretudo;

d) Catequese Cristocêntrica, Antropológica e Trinitária: a Catequese deve conduzir a pessoa humana a Cristo que nos revela o Pai no Espírito Santo;

e) Ministério da Palavra;

f) Coerência com a pedagogia de Deus;

g) Catequese transformadora e libertadora;

h) Catequese inculturada;

i) Interação fé e vida;

j) Catequese integrada com as outras pastorais;

k) Fonte de espiritualidade: uma espiritualidade bíblica, litúrgica, cristológica,

trinitária, eclesial, mariana e encarnada na realidade do povo;

l) Opção preferencial pelos pobres;

m) Catequese afetiva: deve criar laços de amizade, de amor fraterno;

n) Catequese ecumênica: estabelece diálogo, constrói a harmonia e a paz.

Esse deve ser o jeito de, no Brasil, fazer ressoar a Palavra de Deus, o amor de Jesus e a fé da Igreja.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Este pequeno artigo fala do compromisso do catequista no nosso mundo moderno. O artigo é retirado de revista de catequese.

O COMPROMISSO DO CATEQUISTA

Em primeiro lugar, podemos nos perguntar quem é o catequista? O catequista é uma pessoa que crê em Jesus Cristo e segue o seu evangelho; responde à sua vocação de balizado e de crismado; é acolhido pela comunidade. Isto quer dizer que é membro atuante e participante da comunidade e dá testemunho de vida cristã; busca com dedicação a formação necessária para esta missão.

Nesse sentido, concluímos que, se ser catequista é uma vocação, um chamado de Deus a uma missão, o compromisso do catequista é, em primeiro lugar, com Deus e seu Reino, com Jesus e seu projeto, e com a Igreja, Esposa de Cristo. Quem assume a catequese como missão deve buscar crescer cada vez mais, procurando investir em: acolhimento, valorizando as pessoas; alegria em anunciar o Evangelho; bom relacionamento com os outros; trabalho em equipe, com o grupo de catequistas da comunidade e da paróquia; compromisso comunitário, pois somos Igreja; firmeza e perseverança, mesmo e sobretudo diante das dificuldades; organização e pontualidade; técnicas criativas para os encontros; motivação da fé; solidariedade; participação na vida da Igreja e, principalmente, testemunho de vida cristã.

Enfim, o compromisso do catequista é muito maior do que pensamos; é assumir com amor a missão de fazer com que a Palavra de Deus ecoe e transforme o nosso mundo, a nossa vida, a nossa sociedade. Que nossos catequistas, pela graça de Deus, sempre possam assumir sua vocação, missão e compromisso de evangelizar e espalhar o amor na Terra!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Bíblia

Mais um artigo interessante do CEBI

Para que servem os dons? (Mt 25, 14-30) - Mesters, Lopes e Orofino

TODOS RECEBEMOS ALGUM DOM DE DEUS

PARA QUE SERVEM OS DONS?

MATEUS 25, 14-30

Texto extraído da obra "Travessia: Quero misericórdia e não sacrifício". Círculos Bíblicos sobre o Evangelho de Mateus. Autores: Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino. Centro de Estudos Bíblicos. Saiba mais:http://www.cebi.org.br/publicacoes-produto.php?produtoId=104

1. SITUANDO

A "parábola dos talentos" (Mt 25, 14-30) faz parte do 5º Sermão da Nova Lei. Ela está situada entre a parábola das dez moças (Mt 25, 1-13) e a parábola do juízo final (Mt 25, 31-46). As três parábolas orientam as pessoas sobre a chegada do Reino. A parábola das dez moças insiste na vigilância: o Reino pode chegar a qualquer momento. A parábola dos talentos orienta sobre como fazer para que o Reino possa crescer. A parábola do juízo final diz que para tomar posse do Reino se devem acolher os pequenos.

Uma das coisas que mais influi na vida da gente é a ideia que nós fazemos de Deus. Entre os judeus da linha dos fariseus, alguns imaginavam Deus como um Juiz severo que os tratava de acordo como mérito conquistado pelas observâncias. Isto produzia medo e impedia as pessoas de crescer. Sobretudo, impedia que elas abrissem um espaço dentro de si para acolher a nova experiência de Deus que Jesus comunicava. Para ajudar a estas pessoas, Mateus conta a parábola dos talentos.

2. COMENTANDO

  • Mateus 25, 14-15: A porta de entrada na história da parábola

A parábola conta a história de um homem que, antes de viajar, distribuiu seus bens aos empregados, dando 5, 2 ou 1 talento, conforme a capacidade de cada um. Um talento corresponde a 34 quilos de ouro, o que não é pouco! No fundo, cada um recebeu igual, pois recebeu "de acordo com a sua capacidade". Quem tem copo grande, recebe o copo cheio. Quem tem copo pequeno, recebe copo cheio. Em seguida, o patrão viajou para o estrangeiro e lá ficou por muito tempo. A história tem um certo suspense. Você não sabe com que finalidade o proprietário entregou o seu dinheiro aos empregados, nem sabe como vai ser o fim.

  • Mateus 25, 16-18: O jeito de agir de cada empregado

Os dois primeiros trabalham e fazem duplicar os talentos. Mas o que recebeu 1 enterrou o dinheiro no chão para guardar bem e não perder. Trata-se dos bens do Reino que são entregues às pessoas e às comunidades de acordo com a sua capacidade. Todos e todas recebem algum dom do Reino mas nem todos respondem da mesma maneira!

  • Mateus 25, 19-23: Prestação de contas do primeiro e do segundo empregado, e a resposta do Senhor

Depois de muito tempo, o proprietário voltou. Os dois primeiros dizem a mesma coisa: "O Senhor me deu 5/2. Aqui estão outros 5/2 que eu ganhei!" E o senhor dá a mesma resposta: "Muito bem, servo bom e fiel. Sobre pouco foste fiel, sobre muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!"

  • Mateus 25, 24-25: Prestação de contas do terceiro empregado

Ele chega e diz: "Senhor, eu sabia que és um homem severo que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. Assim, amedrontado, fui enterrar teu talento no chão. Aqui tens o que é teu!" Nesta frase transparece uma ideia errada de Deus que é criticada por Jesus. O empregado vê Deus como um patrão severo. Diante de um Deus assim, o ser humano sente medo e de esconde atrás da observância exata e mesquinha da lei. Ele pensa que, assim, a severidade do legislador não vai poder castigá-lo. Assim, pensava alguns fariseus. Na realidade, uma pessoa assim já não crê em Deus, mas crê apenas em si mesma e na sua observância da lei. Ela se fecha em si, desliga-se de Deus e já não consegue preocupar-se com os outros. Torna-se incapaz de crescer como pessoa livre. Esta imagem falsa de Deus isola o ser humano, mata a comunidade, acaba com a alegria e empobrece a vida.

  • Mateus 25, 26-27: Resposta do Senhor ao terceiro empregado

A resposta do senhor é irônica. Ele diz: "Empregado mau e preguiçoso! Você sabia que eu colho onde não plantei, e que recolho onde não semeei. Então você devia ter depositado meu dinheiro no banco, para que, na volta, eu recebesse com juros o que me pertence!" O terceiro empregado não foi coerente com a imagem severa que tinha de Deus. Se ele imaginava Deus severo daquele jeito, deveria ao menos ter colocado o dinheiro no banco. Ou seja, ele sai condenado não por Deus, mas pela ideia errada que tinha de Deus e que o deixou mais medroso e mais imaturo do que devia ser. Nem seria possível ele ser coerente com aquela imagem de Deus, pois o medo desumaniza a paraliza a vida.

  • Mateus 25, 28-30: A palavra final do Senhor que esclarece a parábola

O senhor manda tirar o talento e dar àquele que tem 10, "pois a todo aquele que tem será dado, mas daquele que não tem até o que tem lhe será tirado". Aqui está a chave que esclarece tudo. Na realidade, os talentos, o "dinheiro do patrão", os bens do Reino, são o amor, o serviço, a partilha. É tudo aquilo que faz crescer a comunidade e revela a presença de Deus. Quem se fecha em si com medo de perder o pouco que tem, este vai perder até o pouco que tem. Mas a pessoa que não pensa em si e se doa aos outros, esta vai crescer e receber de volta, de maneira inesperada, tudo que entregou e muito mais. "Perde a vida quem quer segurá-la, ganha a vida quem tem coragem de perdê-la".

3. ALARGANDO

A MOEDA DIFERENTE DO REINO

Não há diferença entre os que recebem mais e os que recebem menos. Todos têm o seu dom de acordo com a sua capacidade. O que importa é que este dom seja colocado a serviço do Reino e faça crescer os bens do Reino que são amor, fraternidade, partilha. A chave principal da parábola não consiste em fazer render e produzir talentos, mas sim em relacionar-se com Deus de maneira correta. Os dois primeiros não perguntam nada, não procuram o próprio bem-estar, não guardam para si, não se fecham, não calculam. Com a maior naturalidade, quase sem se dar conta e sem procurar mérito, começam a trabalhar, para que o dom dado por Deus renda para Deus e para o Reino. O terceiro tem medo e, por isso, não faz nada. De acordo com as normas da antiga lei ele estava correto. Manteve-se dentro das exigências. Não perdeu nada e não ganhou nada. Por isso, perdeu até o que tinha. O Reino é risco. Quem não quer correr risco, perde o Reino!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Uma notícia importante!

Brasil celebrará o Dia de Oração e Ação pela Criança

por Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - www.cnbb.org.br


Reduzir a violência e construir a paz é o tema do Dia de Oração e Ação pela Criança, que será comemorado em todo o país na semana de 13 a 20 de novembro.

A Pastoral da Criança da ICAR, que integra a Rede Mundial de Religiões para a Infância (GNRC), mobilizou a sua rede de 230 mil voluntários em cerca de 40 mil comunidades em todos os estados brasileiros. A proposta é direcionar, na semana, orações e ações para a proteção dos direitos e a promoção do bem-estar das crianças.

O Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança (20 de novembro) foi instituído durante o III Fórum Global da Rede Global de Religiões para a Infância (GNRC), realizado em Hiroshima, em maio de 2008. O dia 20 de novembro foi escolhido por ser o Dia Internacional da Infância, data em que foi proclamada a Convenção sobre os Direitos da Criança pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Junto com as iniciativas nas comunidades do país, o Comitê Gestor Brasil da GNRC e a Pastoral da Criança vão promover celebrações inter-religiosas em dezenas de cidades do país. Diversas tradições religiosas vão organizar uma corrente de colaboração com a comunidade na semana que marca o Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança.


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Espiritualidade

Espiritualidade tem muito a ver com o sentido que damos à vida, aos fatos e acontecimentos.
A interpretação que damos a tudo o que vemos é fruto do tipo de espiritualidade que cultivamos. O
modo como encaramos as coisas e a leitura que fazemos da realidade depende do tipo de
espiritualidade que cultivamos. Isso significa que a espiritualidade influencia a maneira de enxergar
o mundo e as coisas ao nosso redor.
Espiritualidade vem de Espírito, ou seja, uma força que envolve todo o ser da pessoa.
Assim, espiritualidade é justamente o nosso modo de perceber o "espírito" do que acontece à nossa
volta. A espiritualidade nos faz entender o que há de transcendente ao nosso redor.
Na vida do cristão, a espiritualidade é a vivência da fé sob o impulso do Espírito Santo. É
deixar o Espírito Santo motivar, animar, impulsionar a vida pessoal, o relacionamento com os
outros, a vida da comunidade, da família. O Espírito anima, impulsiona, provoca unidade, energia
e ardor.

domingo, 6 de novembro de 2011

Estamos reunidos em minha casa. Muito trabalho e depois um almoço

Reunião Setorial de Catequese

Dia 06 de novembro de 2011

Casa do Luiz Sergio

Pauta:

- Avaliação dos cursos de coordenadores

- Próximo curso de coordenadores

- Notícias do CPS

- Reunião da Coordenação Diocesana

- Avaliação visitas

- Iniciar Planejamento 2012

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Mateus 25,1-13: Sobre virgens e azeites - Maria Soave

Texto extraído do livro A amante, a sábia, a guerreira, a feiticeira - Uma poiética ecofeminista do Novo Testamento

Lembro que, quando criança, não gostava de ir aos encontros de catequese. Achava chato e tão sério esse negócio de religião. Nunca aprendi as coisas básicas do catecismo, não sei os mandamentos de cor, e tem orações da nossa tradição que eu sei só de olhar os lábios de quem está rezando. Nunca fui boa menina de igreja, mas gostava, no tempo da minha infância, aos domingos, de ir ao cinema da paróquia. Lá, o pároco (que agora, tenho certeza, é um fofo e divertido anjo do céu) me deixava entrar na sala de projeção e me ensinava a mexer com as máquinas que faziam rodar os filmes. Eram máquinas enormes e barulhentas. Eu, montada em cima de um banquinho, ajudava a rodar o filme, aprendia a cortar certinho os pedaços de película que enroscavam ou queimavam, sabia juntar de novo o filme e fazê-lo rodar. Era divertido, aos domingos, rodar os filmes no salão paroquial. Deste período, eu me lembro de um filme, em branco e preto, bem antigo que eu não cansava de rodar e de assistir. Não me lembro mais do título, mas a atriz era uma grande atriz, Ingrid Bergman. No filme, ela era uma missionária leiga. O sonho dela era ser missonária da China. Nenhuma organização missionária queria investir numa mulher, sem muita escolarização, solteira e leiga que queria ser missionária num país longínquo e desconhecido como a China. Lembro-me que, no filme, a missionária foi trabalhar para pagar a passagem do trem no norte da Europa até a China!

Os meus olhos se arregalavam de maravilha quando, da pequena janela da sala de projeção, eu assistia a esse filme e via aquela mulher corajosa, viajando muitos dias e noites, de trem, milhares e milhares de quilômetros até chegar à China.

Mas o que aquela missionária foi fazer na China? Ninguém queria se converter ao cristianismo. As pessoas se sentiam bem na religião que frequentavam. A missionária se uniu a uma outra velha missionária e, juntas, abriram uma casa para oferecer chá. Imaginem o absurdo, deixar o próprio país, a própria cultura, o próprio povo, viajar para o fim do mundo para... oferecer chás!

A jovem e a velha missionárias ofereciam chá para aquele povo sofrido e desconfiado e, junto com o chá, ofereciam contos de histórias. Passavam dias e noites contando para homens, mulheres e crianças lindas histórias de um homem querido que falava de amor, de paz, de solidariedade. Contavam histórias sobre Jesus e seu movimento. As pessoas adoravam entrar na casa das missionárias para se esquentarem ao calor do chá e de palavras boas, de carinho e de esperança. Tudo isso era um azeite bom que esquentava o corpo, curava as feridas e as deixava fortes para a vida sofrida do dia-a-dia.

A missionária não converteu ninguém para a sua religião. Mas, quando caminhava pelas ruas da aldeia, as pessoas sorriam e, como é costuna na China, a reverenciavam, dizendo "que bom te ver, Gen-ai", Gen-ai, um nome chinês que significa "aquela que ama é é amada pelo povo".

Eu gostava de assistir àquele filme, acho que o título era "A taverna da sétima felicidade". Gostava de ver o jeito daquela missionária; era azeite para o meu coração e me deixava forte na vontade de ser gente.

Azeite... Há pessoas e jeitos de ser que são azeite: que curam feridas, dão coragem para enfrentar dificuldades, fazem bem para os corpos e almas espalhadas pelo mundo. É importante ser azeite na vida. Ser instrumento para o amor e a ternura poderem vingar.

Provavelmente, isso é ter vocação e ser missionário. Parece-me que o importante não é o estudo, a preparação, a "pureza"... Importante é ser azeite, ser gente de acolhida, de amor, espaço aberto para todos os pobres; sorriso indefeso para todas as lágrimas... Ser azeite para a vida poder sempre ser a última palavra.

E me vem, ao coração um texto do Evangelho de Mateus, no capítulo 25, versículo 1 ao versículo 13.

"Naquele dia, o Reino do Céu será como dez virgens que pegaram suas lâmpadas de óelo, e saíram ao encontro do noivo. Cinco delas não tinham juízo, e as outras cinco eram prudentes. Aquelas sem juizo pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. As pudentes, porém, levaram vasilhas com óleo, junto com as lâmpadas. O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormiram. No meio da noite, ouviu-se um grito: 'O noivo está chegando. Saiam ao seu encontro'. Então, as dez virgens se levantaram e prepararam as lâmpadas. Aquelas que eram sem juízo disseram às prudentes: 'Dêem um pouco de óleo para nós, porque nossas lâmpadas estão se apagando'. As prudentes responderam: 'De modo nenhum, porque o óleo pode faltar para nós e para vocês. É melhor vocês irem aos vendedores e comprar'. Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. Por fim, chegaram também as outras virgens, e disseram: 'Senhor, Senhor, abre a porta para nós'. Ele, porém, respondeu: 'Eu garanto a vocês que não as conheço. Portanto, fiquem vigiando, pois vocês não sabem qual será o dia, nem a hora".

Uma vez, ouvi este testemunho de uma pobre mulher do Nordeste: "O meu nome é Aparecida. Eu trabalho, tenho seis filhos e sou virgem. O chefe do lugar onde trabalho muitas vezes me ofereceu dinheiro para que eu entregasse as companheiras de trabalho que chegavam atrasadas e aquelas que participavam das reuniões do sindicato e da greve. Eu sempre me recusei. Um outro convidou-me para jantar e depois fazer um programa com ele, e eu disse que não. Isto é, para mim, ser virgem. Eu não me vendo para esses homens..."

Aparecida, missionária da vida digna, missionária que provavelmente nunca saiu do Nordeste. Aparecida, virgem da vigilância e da teimosia pelo Reino. Mulheres... virgens... chás... azeite... consolo... Vida em plenitude!

Oração antes de ler a Bíblia - Pe. Enio Rigo

Quarta-feira, 28 de setembro de 2011 - 9h50min

por Pe. Enio José Rigo - ICAR - Diocese de Santa Maria (RS)

Meu Senhor e meu Pai!

Envia teu Santo Espírito para que eu compreendar a acolha Tua Santa Palavra!

Que eu te conheça e te faça conhecer

Te ame e te faça amar

Te sirva e te faça servir

Te louve e faça louvar por todas as criaturas

Fazei, ó Pai,

Que pela leitura da Palavra, os pecadores se convertam,

Os justos perseverem na graça

E todos consigam a vida eterna. Amém!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Você acredita na vida após o nascimento?

Segunda-feira, 31 de outubro de 2011 - 14h15min

Mesmo desconhecendo a autoria, o CEBI reproduz a parábola abaixo. Que ela nos ajude a caminhar no escuro da incerteza em busca de uma luz maior!

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:
- Você acredita na vida após o nascimento?
- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aquiprincipalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvezcaminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmenteridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída – o cordão umbilical é muito curto.
- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certezaveremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.
- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.
- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela…

Mateus 5,1-12: As bem-aventuranças como caminho de santidade - Ildo Bohn Gass

Segunda-feira, 31 de outubro de 2011 - 23h15min

Felizes os que são pobres no espírito, porque deles é o reino dos céus (Mateus 5,3)

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Bem-aventuranças (www.jesusmafa.com)

(sobre as Bem-aventuranças, não deixe de conhecer o Livro Jesus da Escuta Amorosa)

Todas as pessoas são chamadas à santidade, a fim de serem bem-aventuradas. Sede santos, porque eu, Javé vosso Deus, sou santo(Levítico 19,2). A comunidade de Mateus faria uma releitura desse chamado da seguinte forma: Sede perfeitos, como o Pai celeste é perfeito (Mateus 5,48). Coerente com sua experiência com o Deus da misericórdia, a comunidade de Lucas formula assim o mesmo chamado: Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso (Lucas 6,36).

Dia 02 de novembro é um dia especial em que milhões de pessoas refletem sobre todas as pessoas bem-aventuradas e que já se encontram na glória do Pai. Conforme a comunidade de Mateus, Jesus nos propõe oito bem-aventuranças como caminho de santidade e que já começa nesta vida.

Quando Mateus apresenta Jesus fazendo cinco grandes discursos (Mateus 5-7; 10; 13,1-52; 18; 24-25), sua intenção é apresentá-lo como o novo Moisés, a quem eram atribuídos os cinco livros da Lei, o Pentateuco. A Lei era considerada a expressão da vontade de Deus. No tempo de Jesus, muitos fariseus estavam preocupados em viver a Lei ao pé da letra. Jesus, porém, vive e anuncia essa vontade de Deus indo além da letra da Lei. Diz que é o espírito da Lei que interessa e que ele consiste na vivência do amor a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22,34-40). Diz ainda que este espírito da Lei deve ser a orientação fundamental para o nosso agir (cf. Mateus 12,1-8; 23). Mateus chama essa vontade de Deus de justiça do Reino. Se Moisés era o antigo mestre da Lei, Jesus é o novo mestre da justiça a nos ensinar o caminho de Deus, o caminho da santidade.

O primeiro grande ensinamento do mestre da justiça, o Sermão da Montanha (Mateus 5-7), é um conjunto de orientações para a boa convivência na comunidade. Tal como Moisés escrevera as palavras da Lei estando sobre um monte, Jesus dá as novas orientações também numa montanha (Êxodo 34,28; Mateus 5,1).

As bem-aventuranças (Mateus 5,1-12) são a porta de entrada ao Sermão da Montanha Mateus (5-7). São um programa de vida para trazer felicidade plena a quem adere à Boa-Nova de Jesus.

A justiça do Reino dos Céus (= de Deus), isto é, a vontade de Deus, é o carro-chefe das bem-aventuranças. O Reino é o projeto na primeira e na oitava bem-aventurança. E, no centro, estão a busca da justiça e a busca da misericórdia (ter o coração voltado para quem está na miséria). Uma vez realizada a justiça de Deus, os empobrecidos deixarão de ser oprimidos, pois haverá partilha e solidariedade. Por isso, Jesus os declara felizes.

A primeira bem-aventurança é a mais importante. As demais são explicitações desta. Os pobres são aqueles que choram, são os mansos ou humildes (no Salmo 37,11, texto-base para esta bem-aventurança, são chamados de pobres-anawim), os que têm fome, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz e as pessoas perseguidas por causa da justiça. E as dádivas para os empobrecidos são: o Reino de Deus, o conforto, a terra partilhada, a fartura, a misericórdia, a contemplação de Deus e a filiação divina (agir à imagem e semelhança de Deus ou ter as mesmas atitudes de Deus).

Mas ser pobre não é suficiente. Está claro que os empobrecidos são os preferidos de Deus, justamente por que ele não pode ver nenhum de seus filhos e nenhuma de suas filhas passando por necessidades. Ainda mais, quando a pobreza é fruto da injustiça humana. É interessante notar que esta mesma bem-aventurança, no Evangelho segundo Lucas, reza assim: “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” (Lucas 6,20).

Quando a comunidade de Mateus acrescentou “no espírito” à primeira bem-aventurança de Jesus (Mateus 5,3), também estava preocupada com o fato de que há pobres com o espírito de rico incorporado em seu coração e sua mente, buscando, na riqueza e no poder, o sentido mais profundo para a vida. Por isso, quis deixar bem claro para seus destinatários que não basta ser pobre, mas que é preciso ser “pobre no espírito”, isto é, viver de acordo com o espírito do próprio Deus; ser pobre também por opção pelo projeto da justiça e de misericórdia; viver na total confiança e dependência de Deus; confiar na partilha, na vida simples e na fraternidade.

Aliás, são justamente as pessoas que buscam a felicidade no consumismo e no individualismo que perseguem aos que lutam pela justiça do Reino, pela paz e pela partilha. Foi assim que, no passado, os poderosos perseguiram os profetas (Mateus 5,10-12).

E hoje, Jesus renova o convite para nós: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mateus 6,33). E o caminho da justiça do Reino, o caminho da santidade está na prática do espírito da Lei proposto nas orientações fundamentais para a vida contida, isto é, nas bem-aventuranças.

Ildo Bohn Gass é bliblista, leigo católico. Junto com o Pastor Carlos Dreher (IECLB) e a Revma. Lucia Sírtoli (IEAB), é autor do livro O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.

É também de sua autoria a série Uma introdução à Bíblia.