quarta-feira, 22 de maio de 2013


Seu nome é Jesus - Pedro Casaldáliga


À Juventude envolvida nos desafios da
Jornada Mundial da Juventude

Seu Nome é Jesus
Deus veio até a casa, desdizendo-se de sua glória.
Pediu licença
ao ventre de uma menina sacudido por um decreto de César,
e se tornou um de nós:
um palestino entre tantos, em sua rua sem número,
semiartesão de toscas tarefas,
que vê passar os romanos e as andorinhas,
que morre depois, de morte ruim, matada,
fora da Cidade.
Já sei
que faz muito que os sabeis,
que vo-lo dizem,
que o sabeis friamente
porque vo-lo disseram com palavras frias...
Eu quero que o saibais
de repente,hoje, quiçá,
pela primeira vez,absortos, desconcertados, livres de todo mito,
livres de tantas mesquinhas liberdades.
Quero que vo-lo diga o Espírito,
qual machadada em tronco vivo!
Quero que O sintais como um esto de sangue no coração da rotina,
em meio a esta carreira de rodas entrechocadas.
Quero que tropeceis com Ele como se tropeça com a porta da Casa,
retornados da guerra, sob o olhar e o beijo impaciente do Pai.
Quero que O griteis
como um alarido de vitória pela guerra perdida,
ou como o parto sangrante da esperança
no leito de vosso tédio, noite adentro, apagada toda ciência.
Quero que O encontreis, em um total abraço,
Companheiro, Amor, Resposta.
Podereis duvidar de que haja vindo para casa,
se esperais que vos mostre a patente dos prodígios,
se quereis que vos sancione a desídia da vida.
Mas não podeis negar que seu nome é Jesus, com patente de pobre.
E não podeis negar-me que O estais esperando
com a louca carência de vossa vida rejeitada
como se espera o sopro para sair da asfixia
quando a morte já se enroscava ao pescoço,
como uma serpente de perguntas.
Seu nome é Jesus.
Seu nome é como seria nosso nome
se fossemos, de verdade, nós mesmos.

Quando vier o Espírito da Verdade (Jo 16,12-15) - Tea Frigerio


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"A verdade vos libertará, libertará!" (cf. João 8,32). Palavras de um canto de alguns anos atrás. Palavras que cantávamos com paixão. Palavras que vieram à lembrança ao ler esta memória das comunidades dos discípulos e das discípulas amadas.
Com o canto, vieram umas interrogações:
•· O que Jesus ainda havia de dizer que não podiam suportar?
•· O que o Espírito da Verdade haveria de revelar?
•· Em que caminhos haveria de guiar os discípulos e as discípulas amadas?
Senti-me convidada e retomar o caminho desde o início do Evangelho desta comunidade.
De noite, Nicodemos, perplexo, havia perguntado a Jesus: Como um homem pode nascer de novo? Da água e do Espírito, que como vento sopra onde quer, ouves o ruído e não sabes de onde vem nem aonde vai... (cf. João 3,4-11). Parece que Nicodemos não compreendeu!
Junto ao poço, a Samaritana desafiou Jesus: Onde adorar? Esta é a hora de adorar em Espírito e em Verdade... (cf. João 4,19-24). A Samaritana compreendeu, pois havia experimentado a hora em sua vida.
EspíritoVerdadeHora são anéis da mesma corrente, a corrente do discipulado.
hora de Jesus é a hora em está para deixar quem o segue pelo caminho. É sua presença que revela o Deus libertador, o Deus presente na Vida, na História. Estahora tornara-se insuportável ao "mundo" e aos donos da "religião" que ele havia denunciado e que já o tinham condenado à morte (João 11,49-52).
hora é agora em que Jesus, o Mestre, está para subir a uma morte violenta. Porém, eles e elas ainda não penetraram a realidade profunda do homem Jesus de Nazaré, aquele que revela o Pai.
Hora que se torna hora da consolação e da promessa da presença fiel e permanente do Espírito da Verdade.  Espírito da Verdade que fala através da metáfora: "Quando a mulher está para dar à luz, entristece-se porque a sua hora chegou; quando, porém, dá a luz à criança ela já não se lembra dos sofrimentos, pela alegria de ter vindo ao mundo um ser humano" (João 16,20-22).
O caminho do discipulado é o caminho de conhecer a hora, como a mulher conhece em seu corpo o mistério da "hora". A hora para a qual ela se preparou a vida inteira. Ahora da espera, a hora da gravidez, a hora de dar à luz. A hora da dor e da alegria. Ahora de ter nos braços a criança para acalentá-la, alimentá-la, amá-la. Hora de reter e de deixar ir. Hora de a comunidade adulta ser testemunha daquilo que experimentou, caminhando com seu Mestre, Belo Pastor (João 10,11).
O Espírito da Verdade, a Divina Ruah que conduziu o homem Jesus de Nazaré, será presença constante e fiel que fará brilhar sua experiência com Jesus de nova luz, que o levará a compreender e viver em plenitude a sua "hora".
hora para Jesus:
•· Ele antecipa a hora por causa da necessidade da comunidade (João 2,4).
•· Anuncia a nova hora ao se encontrar com o diferente (João 4,21).
•· Identifica sua hora com a hora da mulher (João 16,21).
•· Vive sua hora como o grão de trigo que gera vida (João 12,23-26).
hora de Jesus é a hora da cruz. A hora em que do seu coração vai jorrar sangue e água. A hora do brotar das águas para dar à luz o novo homem e a nova mulher, para dar à luz a nova comunidade.
hora de Jesus se torna a hora da comunidade: "dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa... tudo está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito"(João 19,27.30).
hora da comunidade, lá onde mulher e homem vivem o discipulado de iguais na diaconia:
•· No serviço da hora que transforma a água em vinho tornando a festa mais festa.
•· No serviço dos sinais que restauram a vida.
•· No serviço da universalidade do crer e do amar que bebe no poço da água viva.
•· No serviço da intrepidez, da ousadia que faz suas as palavras da confissão: Tu és o Cristo.
•· No serviço do bálsamo derramado, boa notícia de mulher até hoje.
•· No serviço da solidariedade aos pés da cruz que se torna amor de oblação que oferece e acolhe.
•· No serviço que busca, e no jardim encontra, reconhece, anuncia o homem e a mulher renascidas.
O Espírito da Verdade manifestará a sua glória que é a glória da hora. A hora do amor ágape que recorda - acorda - testemunha o seu mistério que é seu ministério:
                                          Ministério da antecipação
                                          Ministério da parceria
                                          Ministério da dignidade
                                          Ministério da diaconia
                                          Ministério da profecia
                                          Ministério do anúncio
                                          Ministério da vida.

Tea Frigerio é autora da Coleção Curso Popular de Bíblia e de outras publicações.

quarta-feira, 8 de maio de 2013


Do site do Cebi


Ascensão: tarefa nossa de levar adiante o Reino de Deus (Lucas 24.46-53) - Claudete Beise Ulrich


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E tarefa nossa levar adiante o Reino de Deus que se mostra no Amor praticado.



Neste tempo especial da Ascensão e Dia das Mães, é o final do Evangelho de Lucas (Lucas 24.46-53) que nos inspira e nos convida à reflexão. A primeira parte do texto (Lucas 24.46-49) é uma breve interpretação da vida de Jesus numa perspectiva de continuidade da história. Os versículos 50 a 53 apresentam o evento da Ascensão propriamente dito, isto é, narram os acontecimentos que fazem a transição entre o fim da presença física de Jesus em meio aos discípulos e às discípulas e o começo da história da Igreja.
Assim está escrito
O texto que conclui o Evangelho de Lucas convida para uma visão de conjunto de todo o evangelho, ressaltando que o testemunho da boa-nova é movido pela experiência de encontro com o Cristo vivo e ressurreto, celebrado em torno do partilhar do pão, da leitura das Escrituras e da missão que permanece para os discípulos e as discípulas: "pregar em seu nome (Cristo Jesus) o arrependimento para remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém".
Portanto, ser testemunha de Jesus é estar comprometido com a construção da paz, de uma profunda conversão diária, não só pessoal, mas também estrutural. Por isso, a importância de começar por Jerusalém. Jesus ressurreto anuncia: "Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder". A cidade de Jerusalém não é mero registro geográfico, mas é o lugar messiânico onde o evangelho inicia e desde onde as nações o receberão.   Portanto, o medo será vencido pelo poder que virá do alto. Aqui o autor do Evangelho de Lucas já aponta para o acontecimento de Pentecostes, o qual podemos ler no capítulo 2 de Atos dos Apóstolos.
Jesus abençoa e se despede
Jesus leva os discípulos e as discípulas até Betânia. Jesus se retira da presença de seus amigos e amigas em Betânia. Ali, acontecem momentos muito significativos e importantes na vida de Jesus. Em Betânia, ele tem duas amigas, Marta e Maria (Lucas 10.38-42), e o amigo Lázaro (João 11.1). Em Betânia, Jesus é ungido (Marcos 14.3-9). Dali, ele parte para a sua entrada triunfal em Jerusalém (Lucas 19.29-37). O momento da Ascensão de Jesus é reservado aos que testemunharam e acompanharam a sua tarefa e que deverão, de agora em diante, levar a sua mensagem de amor ao mundo todo. Jesus despede-se carinhosamente com a bênção. A bênção de Jesus, desta forma, é única. Jesus abençoa porque se cumpriu o tempo de servir, chegou o tempo de ser glorificado (Lucas 24.50): "Jesus erguendo as mãos os abençoou". O gesto de erguer as mãos lembra o servir. E a bênção transmitida por Jesus é a força presente para a caminhada e a ação daqueles e daquelas que vão levar adiante a sua tarefa.
Jesus abençoa e se despede. A despedida de Jesus pode ser comparada com a visita de uma pessoa muito amiga e especial. Fica-se acenando até que se perca de vista a pessoa amada. Assim, penso que foi com a despedida de Jesus. Enquanto abençoava, afastava-se dos e das suas queridas. O tempo de Jesus na terra está encerrado, mas temos uma promessa: ele voltará. Porém, não estamos sós, pois nos enviou o poder do alto (realização de Pentecostes). O céu significa a participação plena de Jesus na vida de Deus. A Ascensão de Jesus, portanto, é descrita como um momento de enlevo também para os/as discípulos/as. Não há nada que descreva espanto, desorientação ou medo. A reação deles/as é de alegria e de louvor a Deus. Pareciam compreender perfeitamente o que estava acontecendo.
Ascensão: leva ao louvor a Deus e encaminha para um novo viver
Nos versículos 52 e 53 lemos: "Então, eles, adorando-o, voltaram para Jerusalém, tomados de grande júbilo; e estavam sempre no templo, louvando a Deus". Não somente Deus merece adoração, mas também Jesus Cristo é adorado, glorificado. Depois do momento de bênção e despedida de Jesus, e como resposta dos/as discípulos/as o momento de adoração a Jesus, eles voltam a Jerusalém, cheios de alegria e júbilo. A alegria dos/as discípulos/as não é uma alegria qualquer, cotidiana. É uma alegria profética, intimamente ligada à confirmação de que Jesus é o Messias. Tudo aquilo que ele viveu, fez e anunciou é verdade. A superação de todos os males da condição humana e planetária é possível. Outro mundo é possível! A alegria é a alegria pela libertação: Jesus, o Cristo, venceu a morte, ressuscitou e agora está junto de Deus. Conclui-se o que o evangelista já tinha anunciado em Lucas 1.14: o anúncio do nascimento de Jesus foi motivo de alegria para todo o povo. De agora em diante, Jesus não está mais conosco como ser humano, mas vive-se da fé naquele que viveu e anunciou o Reino de Deus e que, erguendo-se da terra, confirma o seu poder alicerçado no amor. O louvor a Deus é consequência da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus, que encaminha para um novo viver em comunhão na espera do cumprimento da promessa do envio do Espírito Santo (Atos 2.42,47).
Ascensão e Dia das Mães
Duas datas importantes e queridas em nossas comunidades no Brasil e em todo o mundo. Aqui na Alemanha, Ascensão é feriado nacional e acontecem muitas celebrações e cultos. No Brasil, a celebração da Ascensão muitas vezes é um tanto esquecida. Como não é uma data comercial, não se pode vender muita coisa. Então, trata-se de esquecer esta data tão importante para nós que cremos em Jesus Cristo. A despedida de Jesus, a sua glorificação diante dos discípulos e das discípulas, fortalece a esperança e a luta pela superação dos mecanismos de opressão, marginalização e morte. Jesus dá esta tarefa a nós seus seguidores e seguidoras. A Ascensão é o sinal definitivo de que Deus pode mudar a realidade, vencendo as limitações humanas e os poderes deste mundo.
Essa esperança leva a celebrar. A celebração dá-se pelo ouvir a Palavra, partir do pão, louvor, agradecimento, reconhecimento, adoração, bênção, despedida. Assim, podemos também nós celebrar a Ascensão daquele que amamos e seguimos, Jesus Cristo. As comunidades que seguem a Cristo são também comunidades radicalmente acolhedoras e inclusivas, ecumênicas e comprometidas, pois, assim como os discípulos e as discípulas após a ressurreição, também entenderam que Deus põe-se do lado da Vida.
Quando celebramos Ascensão, lembramos também que, no segundo domingo de maio, celebramos o Dia das Mães. Assim, lembramo-nos de todas as mães de nosso Brasil, do continente latino-americano e do mundo. A celebração é um momento central na vida e na luta contra todas as violências e sofrimentos que também muitas mães enfrentam em seu cotidiano. Jesus sempre esteve acompanhado de sua mãe em todos os momentos importantes do seu ministério, da sua vida, morte e ressurreição. Portanto, as mães acompanham com fé e amor a vida de seus filhos e filhas, sofrem com suas dores e sonham esperançosas com um futuro bonito para eles e elas. A memória da Ascensão lembra-nos da vida toda de Jesus e acende em nós a chama do compromisso de construir um mundo de paz, justiça e amor, em harmonia com toda a natureza e todos os povos. Agradecemos às nossas mães na fé que nos transmitiram estes ensinamentos e pedimos ao Trino Deus: Ajuda-nos, como mães, a transmitir adiante às futuras gerações: nossos filhos e filhas e aos filhos e filhas de nossos filhos e filhas, a alegria da Ascensão de Jesus: ele ressuscitou, venceu a morte, foi elevado aos céus e está junto com Deus. E nós não estamos sós, porque em 10 dias, será Pentecostes!
(*) Claudete Beise Ulrich, pastora luterana
Atualmente resido em Hamburgo, Alemanha, e lembro que iniciou no dia 01 de maio, dia do trabalhador e da trabalhadora, mais um Dia da Igreja Evangélica na Alemanha, com o tema "quanto você precisa para viver", baseado no texto de Êxodo 16.18 ("cada um recolhia quanto necessitava"). O dia da Igreja Evangélica na Alemanha realiza-se de dois em dois anos e reúne muitas pessoas (mais de 100.000), num colorido e numa diversidade impressionantes. Serão oferecidos mais de 2500 programas com temas de uma Igreja a Caminho, ecumênica, comprometida e solidária com a promessa de Vida abundante e justa para todas as pessoas e para nossa Terra.
Lembro este importante evento, pois o Dia da Igreja Evangélica aqui na Alemanha realiza-se num período muito importante no calendário cristão, entre as celebrações da Ascensão e de Pentecostes. Um tempo especial na vida de cristãos e cristãs, onde somos lembrados de que Jesus ressuscitado, glorificado, ausenta-se e deixa para nós a tarefa de levar adiante em palavras e ações a tarefa do Reino de Deus.

domingo, 5 de maio de 2013

Estamos reunidos na casa do Vanderlei, eis a pauta:

Reunião Setorial de Catequese

Dia 05 de maio de 2013.
Local: casa do Vanderlei
- Avaliação do curso Espiritualidade.
- Encontro Diocesano dia 26 de maio.
- Noticias da diocese.
- CPS.
- Reunião Setorial.
- Encontro com o Padre Zé Luiz.