sábado, 31 de maio de 2014

Muitas vezes usamos indistintamente, como sinônimos, as palavras "discípulo" e "aluno". Mas na verdade, discípulo sugere algo mais do que simplesmente uma pessoa que "aprende". O discípulo se encanta com o Mestre, quer segui-lo na originalidade de sua própria vida, acolhe na mente e no coração um novo jeito de tomar decisões, de compreender a realidade, de orientar suas forças criativas. Discípulos do mesmo Mestre podem - e de certa forma até devem ser diferentes em seus talentos, em seu modo de vivenciar o ideal abraçado. Mas guardam a mesma inspiração forte daquele que os atraiu com seu exemplo, e se tornam equipe em comunhão, unidos na diversidade de modos complementares de viver o mesmo projeto.
"A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria."(DAp, n. 29).


O que faz alguém buscar a Igreja, mesmo sem ter recebido uma real iniciação cristã? Os motivos podem ser bem variados: saudade do Deus da sua infância, busca de significado para a vida, impacto provocado por alguma situação difícil, admiração diante de um testemunho autêntico, necessidade de cura ou consolo, desejo de regularizar alguma situação de vida (como no caso de desejar um casamento cristão), adultos que sentem que precisam de algo mais para orientar os filhos... Nem sempre estão buscando (ou até nem imaginam que exista) um processo mais completo de iniciação. "Na maioria das vezes, estão à procura de esmolas na fé, fingindo satisfação com as respostas superficiais que são dadas às suas vitais indagações e necessidades". Muitos buscam os sacramentos para si e/ou para seus filhos, sem motivações tão claras; frequentam a missa ou outras práticas de devoção tendo em vista alcançar graças, milagres, favores... Buscam a água que não mata a sede, pois ainda não conhecem a Água Viva. (Estudos da CNBB 97)






Encontro de Formação - Iniciação cristã
Não se começa a ser Cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dá novo horizonte à vida e, com isso, gera uma adesão ao projeto. Tudo começa com uma busca que gera um encontro e depois uma conversão. Com Jesus se faz presente o Reino de Deus, o Mistério revelado entre nós. Ser Cristão é participar desse Mistério e se comprometer com ele que é um segredo que se manifesta somente aos iniciados.
Iniciação provém do latim “in-ire”, ou seja, ir bem para dentro. É um tempo de aproximação e imersão em um novo jeito de ser; sinaliza uma mudança de vida, de comportamento, e de inserção na vida cristã. Existem muitos batizados, mas muitos não estão iniciados. O batismo nos faz filhos do Pai, a Eucaristia nos alimenta com o Corpo de Cristo e a confirmação nos unge com a unção do Espírito Santo. Esta obra de amor de Deus se realiza na Igreja e pela mediação da Igreja. É ela que anuncia a boa nova, acolhe e acompanha.  A vida dos primeiro discípulos mudou a partir do encontro com Jesus de Nazaré e seu mistério.
Jesus formou discípulos, devagar. Houve um primeiro chamado, um aprendizado e um convívio. Houve etapas na missão, envio, aprofundamento. Mas mesmo assim não estavam totalmente prontos para a tarefa de ser Igreja até que viveram a experiência do mistério pascal. Alguns textos do evangelho já nos dão, de forma sintética, um caminho. Podemos refletir assim sobre o processo do chamado:
a) tudo começa com uma busca (cf. Jo 1,38): "Que procurais?"
pergunta Jesus;
b) isso gera um encontro (cf. Jo 1,38-39): "Onde moras?" dizem eles. No fundo estão perguntando: "Como te conheceremos melhor?" Jesus responde: "Vinde e vede!";
c) e produz conversão: eles vão, vêem... e decidem seguílo.
d) assim o processo vai produzindo comunhão:permaneceram com ele (cf. Jo 1,39),
acompanham seu poder de expulsar o mal e curar (cf. Mt 10, 1)
e) que leva à missão: cada discípulo atrai outros (cf. Jo l,40-41.45), para anunciar juntos a boa nova (cf. Mc 3,14 e cf. Jo 17,20-23) e depois fazer discípulos em todos os poros (cf. Mt 28,19);
f) a missão leva à transformação da sociedade: já nos Atos dos Apóstolos e nas comunidades vislumbradas nas cartas do Novo Testamento, vemos propostas de

novos tipos de relacionamento, em que a solidariedade, a comunhão e a fraternidade constroem um novo jeito de viver. Afinal, Jesus veio para transformar, trazer mais Vida para todos. A consequência social do seguimento do Evangelho deve se tornar visível para que a missão seja coerente.
O ser humano vive a procura de respostas sobre a vida e, no fundo, sobre si mesmo. E estas perguntas continuam no coração da humanidade: de onde vim? Quem sou eu? Para onde vou?...

João Paulo II nos diz que “a fé e a razão constituem como as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”. Fé e razão devem caminhar juntas. O adulto cheio de perguntas quer descobrir sentido na vida, nos seus relacionamentos no mistério de Deus. Quem chega à idade adulta com essas indagações precisa de mais do que uma síntese doutrinal. O adulto cheio de perguntas quer descobrir sentido da vida cristã. Isso não se faz num “cursinho” rápido e nem mesmo numa catequese isolada de outros aspectos da vida eclesial. Catequese é para toda a vida, devemos combater o rótulo de que “Catequese é coisa de criança”. 
Como levar as pessoas a um contato vivo e pessoal com Jesus Cristo? Como faze-los mergulhar nas riquezas do Evangelho? Vivemos o batismo a cada dia? Tem gente que tem medo de viver o batismo. Como realizar uma iniciação em que haja perseverança? Como formar verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo? A procura de deus está em todos nós. Muitos são os que andam inquietos pelo mundo, descontentes com propostas que ainda não conquistaram sua mente e seu coração. 
Em 1974, a CNBB publicou o primeiro documento voltado para a Iniciação cristã: Pastoral da Eucaristia e Pastoral dos Sacramentos da Iniciação cristã. Estes orientados para os Sacramentos da Iniciação cristã. A preocupação há 35 anos estava voltada para os sacramentos ou à Pastoral dos Sacramentos. Hoje, ao retornar, sobre a mesma Iniciação cristã, estamos nos dedicando a um dos temas mais desafiadores de nossa ação evangelizadora.


Estamos no Juvenato para mais um Encontro de Formação do Setor Alfenas.
Tema: Iniciação Cristã
Palestrante: Padre Robervan de Serrania-MG

Iniciação Cristã

A oração inicial feita na reflexão dos Atos dos apóstolos 8, 26-40. Felipe e o eunuco
Palavras que iluminam o texto Bíblico: Encontro, Anúncio, Catequese e Batismo. O ponto central foi a Palavra de Deus, da incompreensão à conversão. Que água nossa catequese está dando aos nossos catequizandos? O Batismo não é ponto de chegada, mas de partida.
O Catecumenato antigo deve servir de inspiração para a Iniciação à vida cristã. O primeiro nome do catecumenato foi “caminho”.