terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A MISSÃO DO CATEQUISTA

► A catequese de nosso tempo vive momentos difíceis. Percebe-se que, em grande parte, o esforço não atinge o seu objetivo. As razões são muitas e difíceis de decifrar. Se de uma parte, percebemos que muitos catequistas continuam com uma catequese tradicional, de outra percebe-se uma grande quantidade deles com pouca experiência e pouca formação para dirigir um grupo de catequizandos.
► A missão do catequista percorre um árduo caminho, que é o do despertar o catequizando para que, consciente do seu trabalho no mundo e no contato com a criação, seja mais um cristão chamado a consagrar e santificar este mundo a partir de onde está.
► A missão do catequista depende da missão de toda a Igreja no mundo de hoje. Como catequistas, para qual modelo de Igreja queremos formar os adolescentes e jovens? Qual a catequese adequada para responder os desafios de uma sociedade em crise, para reativar uma vivência comunitária autentica?
► Muitos catequistas=catequese tradicional onde a CR ainda não chegou. A missão do catequista deve ser sempre renovada. O núcleo central da missão do catequista passa a ser a situação concreta, histórica, e o reconhecimento da presença de Deus nos acontecimentos do dia a dia.
►  Muitas vezes, perguntamos-nos em nossa catequese; por que os pais não participam? E logo nos vem à mente o saudosismo do passado, quando todos eram cristãos, a maioria ia a missa. O grande problema é que, diante disso, muitas vezes não reagimos, ou o máximo que fazemos é dar explicações, quem sabe para justificar nossa inabilidade. De outra parte, não conseguimos admitir que a catequese do passado é, em grande parte, a responsável por estes tímidos resultados que hoje vemos, pois os pais de hoje eram os catequizandos de ontem. As grandes massas de fiéis que no passado se diziam católicos, na verdade ou seguiam os pais e os avós ou achavam que se não o fossem, a sociedade os excluiria, e assim por diante.
►  O catequista deve ter sempre presente que a opção de fé é feita pessoalmente, ninguém pode fazer em lugar de outro; portanto, é uma opção livre. E é aí que reside a beleza da proposta de Jesus: sou livre para decidir se aceito ou não a sua proposta.Por isso, o catequista deve, cada vez mais, preocupar-se com o conteúdo da mensagem e a forma de transmiti-la, para que não seja algo particular, mas sim verdadeiro, com origem na Palavra de Deus. Fazer catequese não é “fazer de conta”; não se trata de embelezar números e estatísticas nem fazer festa, mas sim de adesão, opção, compromisso com Jesus e seu Reino.
►  Ler João 15, 1-11. Jesus é a videira, e seus ramos são os que o seguem, os que partilham entre si o que dele recebem. Comunidade é comunhão. Individualmente, cada um continua sendo um ramo, mas todos, para ter vida, devem estar ligados ao tronco, que é Jesus. Todos constituem a árvore, mas ninguém é dono dela. Não é possível ser cristão e viver de forma individualista. Só se vive o amor no relacionamento com os outros. O compromisso do catequista é fazer com que cada membro tenha consciência de ser ramo, ser parte de uma árvore cujo tronco emana a vida. Só assim produziram muito fruto.A missão do catequista na tarefa de construção da comunidade se faz com amor, paciência, coragem, despojamento, caridade, etc. Nesse processo, muitos ramos devem ser podados, mas isso é tarefa do “dono da vinha”. Com relação aos que “secam”, nosso dever é lutar, o quanto possível, para fazê-los tornar à vida, unindo-se a árvore e beneficiando-se de sua seiva.
► Em sua missão, o catequista deve ter presente que a formação da fé é um processo longo, que não se constrói de imediato, mas que se faz lentamente, com flexibilidade e com diálogo franco. O catequista deve considerar os “6 C”; compromisso, cooperação, concentração, crescimento, criatividade e carinho.
► O fazer catequético precisa ressoar como algo interessante, que dá esperança no caminhar e transforma a vida da pessoa, mesmo que tenha de enfrentar o sofrimento e a morte.
► O amor vem em primeiro lugar. O catequista não pede amor, deve oferecê-lo, para motivar seus catequizandos a viverem assim.Dom Bosco dizia assim em  relação a seu amor pelos jovens: “Eu por vocês estudo, por vocês trabalho, por vocês vivo, por vocês estou disposto, também a dar a vida”.
► A missão do catequista, que constrói a base para uma educação permanente da fé, deve levar em conta a integralidade da pessoa, que inclua, segundo Puebla, uma “formação para a vida política e a doutrina social da Igreja”.

► Ser catequista é uma conquista, exige de nós doação do melhor, por isso, ser catequista é lindo, mas exigente.  

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