sábado, 30 de junho de 2018


Irmão e irmã catequista
Paz Inquieta
         Como catequizar nos dias atuais? Essa pergunta que não quer calar é matéria de vários estudiosos da catequese e diria de todos os catequistas. Vivemos numa sociedade marcada por grandes desafios e de inúmeros problemas que marcam a maneira de pensar e de agir do ser humano. A intolerância, o desamor, a falta do respeito, a perda de valores essenciais, consumismo desenfreado, falta de compromisso e outros, fazem com que nos sintamos, às vezes, sem forças para continuar caminhando.
         Apesar de tantos dissabores, o catequista não pode perder a esperança, pois o catequista é um ser essencialmente esperançoso e sua vida sempre tem como força motivadora a esperança de fazer do mundo um lugar melhor, o sonho do Reino acontecer. O bom catequista segue alguns passos para estar preparado para ser sal, fermento e luz em sua comunidade, para ajudar os seus catequizandos a darem mais sabor a suas vidas: 1º) deve conhecer a realidade que o cerca, o mundo em que vive e tentar achar respostas a partir das questões que a contemporaneidade tem colocado no viver. Os problemas atuais devem nortear o trabalho catequético, para que à luz do evangelho, o catequista possa fazer o catequizando enxergar e discernir o joio e o trigo que lhe é colocado todos os dias. 2º) adequar o seu jeito de catequizar às necessidades de seu catequizando, e para isso deve conhecer seus sonhos, suas lutas, suas alegrias, seus sofrimentos... quando comecei na catequese, inexperiente e sem formação básica, acertei muito, mas errei também e guardei um acontecimento que muito me marcou: havia um menino na minha turma que bagunçava e estava atrapalhando os encontros catequéticos, eu ficava bravo e estressava, até que um dia, não aguentando mais, chamei-o para uma conversa depois do encontro, expus a minha insatisfação quanto ao seu comportamento nos encontros, ele de cabeça baixa começou a chorar e disse-me que sua mãe estava doente e sua situação era difícil, e um ano mais tarde essa mãe veio a morrer, naquele momento a única coisa que pude fazer foi abraça-lo e a partir daquele momento ele mudou seu comportamento na catequese e percebi o óbvio, precisava conhecer melhor meus catequizandos. 3º) é preciso mudar, não se dá catequese do mesmo jeito, cada encontro é diferente, cada turma é diferente. O professor poeta Fernando Teixeira de Andrade bem escreveu: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”, esse poema, chamado poema da travessia, nos faz pensar: quais roupas velhas do nosso jeito de catequizar temos que abandonar? Quem tem medo de mudar fica na estrada. 4º) ser orientador da caminhada, não o sabe tudo, o caminho se faz caminhando. O catequista não é o mestre, mas o irmão que está junto nesse aprender e ensinar.
         Há muitos passos mais, mas deixo para que você reflita e descubra. Vamos fazer uma catequese que dá sentido à vida de nossos catequizandos.
                                                        Fiquem com Deus
                                                            Luiz Sergio Palhão


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