A graça é classificada como sendo uma benevolência e uma ação divina,
porém precisa de intervenção direta do ser humano. Por conta disso, a
cibergraça se preocupa em direcionar o indivíduo a uma reflexão de como poder
viver de maneira mais equilibrada em eras digitais. Para poder prestar um maior
auxílio na ação de Deus perante a vida do ser humano, necessitamos realizar o
cultivo de hábitos melhores, sendo intermediados pela ascese digital. Dentre
essa rotina, pode-se citar o surgimento de uma espécie de rotina de atividades,
seja off-line ou também on-line, realizar bons propósitos e ter maior respeito com
relação a horários. Oriolo (2020) relembra que muitas vezes necessitamos de uma
espécie de detox digital, ou seja, de uma fase de renúncia em termos de conexão
com intuito de nos reconectarmos de forma mais eficaz com outras pessoas e
principalmente com Deus.
Deus está constantemente presente no ciberespaço e altera as inúmeras
conexões existentes em uma espécie de rede de comunhão a partir do instante que
dois ou mais pessoas estão reunidos em nome de Jesus. A partir do instante a
qual nos encontramos em estado de graça, segundo Oriolo (2020), temos a
oportunidade de fazer com que o Reino de Deus venha para nossa rede de
comunicação.
A internet, para Oriolo (2020), é um dom de Deus e não surgiu com
intuito de poder nos separar, mas sim para nos conectar. A partir do instante
que o ser humano a utiliza para fins malignos, a mesma está a ser considerada
como desvirtuada de sua função original, que é a de poder facilitar a comunhão.
Desta forma podemos definir a cibergraça como sendo pessoas em comunhão no
período da cultura digital. Da mesma forma que são realizadas releituras da
graça perante as redes, necessitamos também repensar as ações de cunho
evangelizadoras na atualidade.
Evangelização no período digital.
A cultura digital nos proporciona a melhor compreensão de que os
processos comunicativos são constantes ações recíprocas existentes entre os
interlocutores. Uma vez que o processo de evangelização é tido como um processo
de comunicação, então podemos classificar como sendo uma real partilha da feliz
notícia relativa à salvação. Segundo conhecimento de Ribeiro (2020), evangelização
não pode ser taxada como uma simples função de expandir determinado conteúdo, uma
vez que se trata de uma forma encontrada para que ocorra um comprometimento
maior de vida com Jesus Cristo e com os
demais irmãos.
Um importante compromisso com o objetivo é de gerar a nossa vida um real
propósito, segundo Ribeiro (2020), com uma maior alegria e uma exuberante beleza.
Anunciar Jesus Cristo é expor a todos que possuir a crença nele e
principalmente segui-lo, não é algo somente verdadeiro e justo, porém de
extrema beleza, com o poder de expandir a vida na forma de um esplendor e em
uma imensa alegria, mesmo diante de provações. Um dos maiores desafios
existentes em nosso tempo é o repasse da coerência do repasse do
compartilhamento.
Rocha (2020) lembra que o procedimento de evangelização é um grande
grupo de ações as quais inclui as realidades do ser, dizer e fazer, as quais
podemos exemplificar como sendo o encontro autêntico, a existência do diálogo
fecundo, a escuta ativa, a utilização do olhar atento, o uso dos gestos de
ternura. Evangelizar é o procedimento de comungar da vida de um terceiro, como
no momento de olhar, da pessoa sentir compaixão pelos demais, de se aproximar
dos mesmos. Nesse procedimento só logra êxito a pessoa que ama e é amado. O
experimento do amor de Deus irá nos direcionar a realizar o testemunho desse
amor aos demais.
Guimarães (2020) lembra que, no procedimento da catequese, a qual vem
formar uma das fases do procedimento evangelizador, é de extrema importância
que aconteça a renovação do processo de evangelização como sendo a forma de
comunhão existente entre os indivíduos. Com o intuito de repensar o Evangelho
na fase digital, a real questão não reside na forma de utilizar as tecnologias
modernas para evangelização, mas de qual forma possa se transformar em um
indivíduo evangelizador no universo digital. A participação e a colaboração são
itens ímpares nos procedimentos evangelizadores dos nativos digitais, em
especial na catequese, a qual necessita realizar o cultivo da fé através da
experiência existente com o meio divino a qual o ser humano possui inserido sua
respectiva crença.
Por meio do procedimento de secularização da espécie humana e das
culturas existentes, uma grande parcela existente dos menores de idade está se
desenvolvendo sem o procedimento de transmissão do ensino da fé nos seios
familiares. Segundo Guimarães (2020), os procedimentos preparativos para os
sacramentos, os quais tem sido classificados como um rito da sociedade ao invés
de um ritual de fé, transformou-se em uma grande oportunidade de evangelização
dos batizados.
Dessa forma, na atualidade, já não se podem realizar as partilhas até
então existentes da evangelização e da catequese. Para Guimarães (2020), o
anúncio não poderá mais ser classificado como apenas a primeira fase da fé,
anterior a catequese, mas sim a dimensão que constitui cada instante da
catequese, a qual não poderá ser considerada um constante estudo da fé, mas sim
um encontro com intuito de gerar uma respectiva fé perante o diálogo, os
processos participativos e as boas relações a serem insertes por entre os
indivíduos.