quarta-feira, 10 de julho de 2019

|Dos cadernos de Formação:


MISSÁO: O Seguimento de Jesus 
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Jesus chama seus discípulos para o seu seguimento em comunhão de vida, missão e destino.
Para conhecer Jesus e sua proposta, só seguindo-o e amando-o: “quem quiser conhecer Jesus e não
só ter notícias sobre Ele que O siga” (Jon Sobrino).


       Jesus inverte o sistema mestre-discípulo de sua época: se antes era o discípulo que escolhia o
seu mestre para se instruir na Lei, agora com Jesus é o Mestre que escolhe os seus discípulos.
O chamado de Jesus aos discípulos leva a uma entrega incondicional e obediência absoluta
(cf. Mc 2,14). O Mestre pede capacidade para renunciar os vínculos familiares (cf. Lc 14,26),
vender os bens e doar aos pobres (cf. Mc 10,21). Para seguir Jesus é preciso cultivar uma profunda e pessoal relação com o Mestre. Sem essa proximidade, sem estar com ele e ter os seus sentimentos, não há como falar em seguimento.

Jesus anuncia o Reino


       Jesus inicia sua vida pública convidando ao segui-lo. Nesta etapa, ele se dedica à pregação

do Reino, dom de Deus. O Reino exige conversão (Mc 1,5; Mt 4,17), amor sem limites e se destina
preferencialmente aos mais pobres e necessitados (Mt 5,43; Lc 14,12-14). O Reino exige também seguimento. Jesus chamou os discípulos e os enviou a pregar a proximidade do Reino (Mc 3,13s; 6,7-13; Mt 10).
      Jesus foi enviado para anunciar a boa nova aos pobres (Lc 4,18), ou seja, aos que estavam à
margem da história, e que foram oprimidos pela sociedade. Os evangelhos sinóticos (Mt, Mc e Lc)
apresentam duas categorias de pobres: os pobres economicamente, para quem são negadas as
condições mínimas de vida (os famintos, sedentos, nus, estrangeiros, os enfermos, os encarcerados,
os angustiados) e os pobres sociologicamente, os que foram marginalizados por conta de sua
ignorância religiosa ou tinham comportamento moral longe dos padrões da época (pecadores,
publicanos e prostitutas, os desprezados pela sociedade).
      Desde o AT, Deus está do lado do povo oprimido. No NT, Jesus anuncia o Reino por meio
de sinais: expulsando os demônios e curando toda sorte de enfermidades (Mc 1,39; Mt 8,16; Lc
4,40). Os milagres têm a finalidade de evidenciar a misericórdia divina. A expulsão dos demônios mostra que a vinda do Reino não é pacífica e ingênua, mas implica numa luta ativa contra o anti-Reino. O acolhimento e o perdão dos pecadores como expressão de libertação de tudo o que escraviza para viver na liberdade e na dignidade.
      Para anunciar o Reino, Jesus se utiliza das parábolas. Elas falam do Reino, mas não o definem. Elas questionam, provocam crise, exigem tomada de posição, geram esperança e desafiam. O Reino de Deus é parte integrante do caminho do seguimento e a sua realização coloca em evidência alguns valores: a gratuidade e o amor incondicional no anúncio da boa nova.

Jesus: Boa notícia para os pobres e dom de Deus para o mundo.


      Jesus anuncia a boa-nova, prega o Reino aos pobres por palavras e obras. Os sinais que ele

realiza apontam para o Reino e suscitam a esperança de que o Reino é possível mesmo no meio da
realidade oprimida. A prática de Jesus tem uma dimensão sócio-política, porque se expressa em
forma de justiça nas relações sociais. É um amor conflitivo que rompe com as cadeias da injustiça e
do pecado e leva a um novo dinamismo, a uma transformação integral.
     A prática de Jesus é também uma prática profética, porque leva a combater tudo o que é
anti-reino, na defesa do verdadeiro Deus e na denúncia dos ídolos que ameaçam a vida do povo.
Jesus não ficou alheio às controvérsias de seus adversários sobre a realidade social e religiosa. O
evangelista Marcos acentua os conflitos de Jesus em diversos episódios: a cura do paralítico (2,1-
12); comer com os pecadores (2,15-17); a questão do jejum (2,18-22); espigas colhidas em dia de
sábado (2,23-28); a cura da mão seca (3,1-6). O que realmente está em jogo é a visão de Deus. Por isso, Jesus não teme defender os injustiçados, apontando para o Deus da vida e desmascarando as leis e os costumes que não estão a serviço da vida humana. Nenhuma lei pode estar acima da vida humana, mas a seu serviço.e nenhuma tradição de fé pode ofuscar o mistério da vontade de Deus. É esta a causa de Jesus, ao desmascarar e denunciar a imagem opressora de Deus. Ao denunciar esta imagem Jesus atrai a ira das classes que produzem essa falsa imagem de Deus a serviço de interesses próprios.
        Jesus escandaliza as autoridades quando equipara o amor de Deus ao amor do próximo. A missão foi para Jesus e é para seu seguidor a forma de manter a supremacia do amor. Ter uma missão é o que dá sentido a vida de Jesus e o amor é o princípio fundamental de sua vida. Cristo está presente, escondido e sem rosto, na dor dos pobres e está também salvificamente presente em todos aqueles que se aproximam dos pobres para libertá-los.

Missão libertadora em favor das vítimas


       O modo de Jesus viver a fé é conflitivo: Jesus se coloca a favor dos oprimidos e contra os

opressores. Seu seguimento é conflitivo, porque gera perseguições. Os pobres além de destinatários privilegiados da missão de Jesus, são sacramento da sua presença, porque tornam presente Jesus profeta e evangelizador. Para conhecer Jesus é necessário conhecer os pobres (Jon Sobrino).

Comunidade, ensaio do Reino (Carlos Mesters)
Toda nova experiência de Deus, quando verdadeira, traz mudanças profundas na
convivência humana. Eis algumas das mudanças que apareceram na comunidade de pessoas que se
formou ao redor de Jesus.
1. Todos irmãos. A base da comunidade não é o saber, nem o poder, mas a igualdade de
todos como irmãos. É a fraternidade.
2. Igualdade homem e mulher. Jesus muda o relacionamento homem mulher, pois tira o
privilégio do homem em relação à mulher.
3. Partilha dos bens. Ninguém tinha nada de próprio(Mc 10,28). Jesus não tinha onde
reclinar a cabeça (Mt 8,20). Mas havia uma caixa comum que era partilhada também
com os pobres (10 13,29).
4. Amigos e não empregados. A partilha deve atingir a alma e o coração (At 1,14;4,32).
Eles rezam juntos, sofrem juntos. A comunhão deve chegar ao ponto de não haver mais
segredo entre eles (10 15,15).
5. Poder é serviço. (Lc 22,25-26; Mc 10,44; Jo 13,15; Mt 20,28).
6. Poder de perdoar e reconciliar. O perdão de Deus passa pela comunidade que deve ser
lugar de perdão e de reconciliação, e não de condenação mútua (Jo 20,23; Mt 18,18).
7. Oração em comum. Eles iam juntos em romaria ao Templo (10 2,13;7,14;10,22-23),
rezavam antes das refeições (Mc 6,41; Lc 24,30), freqüentavam as sinagogas (Lc 4,16).
E, com grupos menores, Jesus se retirava para rezar (Lc 9,29; Mt 26,36-37).
8. Alegria. Jesus diz aos discípulos: “Felizes são vocês, porque seus nomes estão escritos
no céu” (Lc 10,20), seus olhos vêem a realização da promessa (Lc 10,23-24), o Reino é
de vocês! (Lc 6,20). É a alegria que convive com dor e perseguição (Mt 5,11). Ninguém
consegue roubá-la (Jo 16,20-22).
Estas são algumas das características da comunidade que nasce ao redor de Jesus. Ela é o
modelo para a comunidade dos primeiros cristãos, descrita nos Atos dos Apóstolos (At 2,42-47;
4,32-35). Serve de modelo para todos nós! A comunidade deve ser como o rosto de Deus,
transformado em Boa Nova para o povo.

Vamos perguntar:

1. E você catequista, sente que Jesus o chamou para ser seu discípulo (a) e anunciar a sua Palavra?
2. Quais as qualidades são importantes para grupo de catequistas?
3. Como dar testemunho de Jesus hoje? Como ser seu discípulo (a)?

terça-feira, 4 de junho de 2019


A Igreja em termos de estrutura, está boa, mas precisa reestruturar a igreja no céu (Dom Claudio Hummes)
                                      Introdução

Nossa vida é uma caminhada, e precisamos parar, e alimentar para seguir o caminho, nossa vida é assim, analisar se estamos no caminho certo, e no caminho temos que fazer isso, caminhar, parar, e se alimentar de um alimento bom, para seguir o caminho certo. Não deixar que esse encontro seja mais um, e poder de coração saborear a palavra de Deus, deixar que esta palavra entre dentro de nós, dentro de nosso coração, pois se esta palavra entra em nosso coração ela estará como se estivesse em nossas mãos, quantas pessoas que não falam de Deus para nós, mas ao olharmos a essas pessoas percebemos que são cristãs, pois tem dentro de si o próprio Deus.
Nossa Tentação é querer saborear os outros e não nós mesmos; se alguém me pedir pão só darei pão, se me pedirem água, darei só água, pois isso devemos nos alimentar e oferecer aos nossos catequizandos o amor, por isso devemos alimentar da palavra de Deus, pois senão diremos a ele o que nós queremos e não o que Deus quer que falemos a eles.
Quando silenciamos nosso coração nos dá medo, pois encontramos com nossas misérias e dai vem em nosso coração o despertar de uma mudança, e ai temos dificuldade de silenciar nosso coração. E vem a dificuldade de mudança de vida (Ex: mudanças na paróquia) porque mudar temos que renunciar muitas coisas, mudança é um desafio, mudança dentro de nós necessita de uma nova organização interior. Temos que ter auxilio de Deus para que possamos nos organizar, pois sozinhos não conseguimos, pois até os discípulos dizem nos Atos dos Apóstolos que eles necessitam do auxilio do Espirito Santo.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Dos cadernos de Catequese

Os Dez mandamentos da família para a Catequese:

1. Não fecheis o coração! Não vos bastais a vós próprios na educação da fé, mesmo que sejais
os primeiros catequistas dos vossos filhos. Os catequistas são vossos colaboradores na
educação da fé, mas não substitutos.
2. Amai a Catequese! A Catequese não é um "ensino" avulso e desorganizado. É processo de
educação da fé, feita de modo ordenado e sistemático. É itinerário para amadurecer na vida
cristã e caminho para o discipulado. Velai pela assiduidade dos vossos filhos e pelo seu
acompanhamento, num estreito diálogo com os catequistas e com a comunidade de fé.
3. Não exijais dos vossos filhos o que não sois capazes de fazer. Não exijais dos vossos
filhos, o que não sois capazes de dar. Exigir do outro o que não se tem pra oferecer é negar a
si mesmo enquanto sujeito de fé.
4. Não queira transformar a catequese em curso para que vossos filhos "saibam muitas
coisas"! Mas alegrai-vos sempre, ao verificardes que eles saboreiam a alegria de serem
cristãos, e vão descobrindo, com outros cristãos, a pessoa de Jesus, o Amigo por excelência,
que convida a seguir os seus passos no anúncio/testemunho da sua Palavra.
5. Demonstrem amor e cuidado pela família! A primeira forma de catequese acontece sem
palavras e sermões, no respeito à dignidade de cada membro da família. O amor exige
cuidado, como diz o poeta: “Quem ama cuida”.
6. Vivei a comunhão na família e na Igreja! Não sois uma ilha nem uma ostra. Sem diálogo
não há espaço para a fé se desenvolver. Sem a sociedade não podereis progredir e sem a
Igreja não podereis iluminar o mundo.
7. Sede discípulos e não expectadores! Não espereis que a Catequese faça de vós e vossos
filhos bons alunos ou expectadores. Ao contrário, procurai que ela vos ajude a formar
discípulos de Jesus, que O seguem, em comunidade.
8. Saiba testemunhar a fé na participação da comunidade e no sacramento da Eucaristia.
Procurai pensar e viver de acordo com os valores do Evangelho. Sabeis bem que o
testemunho é a primeira forma de evangelização. Deste modo, os filhos aceitarão melhor a
proposta dos vossos ideais e valores.
9. Procurem aprofundar a fé e ter um gosto pelo conhecimentos das coisas de Deus!
Como diz o célebre ditado bíblico: “Um cego não pode guiar outro cego”. Quem não é
esclarecido na fé não pode orientar os outros a viver o compromisso cristão. Nem tem o
direito de manipular a fé segundo a sua ignorância. Também não cedais à tentação de achar
que se pode "mandar" os filhos à Catequese, para vos verdes livres deles ou para fugirdes
das vossas responsabilidades.
10. Orai e celebrai a vida em família! Rezar e celebrar com toda a família, de modo a que a
vossa fé seja vivida em comum na pequena Igreja que é a família, se exprima na grande
família que é a Igreja e transforme a diversificada família humana que integra a sociedade.

sábado, 2 de fevereiro de 2019


A Fábula das Borboletas
Texto de Nickos Kasantekais

Um dia, uma pequena abertura
apareceu em um casulo.
Um homem sentou e observou
a borboleta por várias horas...
Como ela se esforçava para fazer com
que seu corpo passasse através
daquele pequeno buraco.
Então, pareceu que ela havia
parado de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe
que podia, e não conseguia ir mais.
O homem decidiu ajudar a borboleta:
Pegou uma tesoura e cortou
o restante do casulo.
A borboleta então saiu facilmente.
Mas seu corpo estava murcho,
era pequeno, e tinha as asas amassadas.
O homem continuou a observar
a borboleta porque ele esperava que,
a qualquer momento, as asas dela
se abrissem e esticassem para serem
capazes de suportar o corpo que iria
se afirmar com o tempo.
Mas.... Nada aconteceu!
Na verdade, a borboleta passou o resto
da sua vida rastejando com um
corpo murcho e asas encolhidas.
Ela nunca foi capaz de voar.
O que o homem,
em sua gentileza e vontade
de ajudar não compreendia,
era que o casulo apertado
era o esforço necessário à borboleta
para passar através
da pequena abertura...
Era o modo com que
Deus fazia
para que o fluido do
corpo da borboleta
fosse para as suas asas,
de modo que ela estivesse pronta
para voar, livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço
é justamente
o que precisamos em nossas vidas.
Se Deus
nos permitisse passar
através de nossas vidas,
sem quaisquer obstáculos,
Ele nos deixaria aleijados.
Nós não iríamos ser tão fortes
como poderíamos ter sido.
Nós nunca poderíamos voar...
Do Livro "O Pobre de Deus".
Para debater em grupo:
1. Qual a lição que a parábola da borboleta nos deixa?
2. É justo acelerar o processo de crescimento dos nossos catequizandos sem respeitar o
seu processo de crescimento e amadurecimento da fé? Que atitudes o catequista
precisa ter?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Uma historinha nos ajuda a refletir:
Uma catequista pediu aos catequizandos que elaborassem um texto sobre o que gostariam
que Deus fizesse por eles. Quando terminou o encontro de catequese, ela chegou em casa e
começou a ler as mensagens. Uma mensagem a deixou profundamente emocionada e intrigada. Seu
esposo ao chegar, viu-a a chorar e perguntou: O que é que aconteceu? Ela respondeu: Leia você
mesmo. O texto era uma oração e dizia assim: "Senhor, esta noite peço-te algo especial:
transforma-me numa televisão. Quero ocupar o lugar dela. Viver como vive a TV da minha casa.
Ter um lugar especial para mim, e reunir a minha família à volta... Ser levado a sério quando
falo... Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem perguntas. Quero
receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter a companhia do
meu pai quando ele chega a casa, mesmo quando está cansado. E que a minha mãe me procure
quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de me ignorar... E ainda, que os meus irmãos fiquem
discutindo para estar comigo... Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em
quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos.
Senhor, não te peço muito... Só quero viver o que vive qualquer televisão".
Naquele momento, o marido de Ana Maria disse: Meu Deus, pobrezinho deste menino! Que
pais ele tem? E ela olhou-o e respondeu: Esta mensagem que o nosso filho escreveu.
Vamos conversar:
1. O que essa historinha tem a dizer para a catequese e a família? Qual a lição que tiramos?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Cadernos de Formação
A parábola familiar do Bom Samaritano
Conta-se que uma família ia descendo de Jerusalém a Jericó, caminhando pelas estradas da
história. De repente, uma quadrilha de inimigos, chamada de “tempos modernos”, a atacou no
caminho e foi roubando todos os seus bens, a saber: a fé, a unidade, a fecundidade, a
indissolubilidade, o diálogo familiar e, por último, a santidade. Em seguida, fugiram travestidos
com novas roupas de modernidade.
Aconteceu que, pela estrada da história, passou um psicólogo, representante de uma das
escolas psicológicas, viu a família caída no chão e sentenciou? ‘Não disse? A família não quer
aceitar a teoria da liberdade sexual total e é uma grande desmancha-prazer dos filhos e castradora
dos seus desejos de felicidade. Então só poderia acabar assim, rejeitada. E seguiu adiante.
Em seguida, passou um sociólogo, que também representava certas teorias modernas, viu a
família prostrada e também a acusou: ‘Faz tempo que, atrás de minhas pesquisas, eu achava que a
família fosse uma instituição falida e que deveria acabar. Precisamos viver a era do amar livre’.
Dito isto, passou adiante.
Veio depois a Catequese, a Boa Samaritana, viu a família machucada, perdendo muito
sangue e recordando as atitudes de Jesus, teve pena e compaixão, inclinou-se sobre ela, tomou-a em
seus braços e levou-a para seu a hospedaria que se chama Comunidade Cristã, a fim de que fosse
tratada e recuperada.
(Extraída da Revista de Catequese, p. 48, n. 121, Janeiro/2008, com adaptações).
Para refletir:
- O que essa parábola tem a nos ensinar? Quais os ensinamentos para a catequese?