sábado, 11 de agosto de 2018


Catequista, semeador do Reino

            A contemporaneidade trouxe muitos benefícios à vida das pessoas, e junto vieram vários desafios. A catequese movida por este avanço também teve muito ganho, mas obstáculos também apareceram. Ao olharmos para trás, notaremos que a catequese evoluiu, já não se transmite a mensagem como antigamente, passamos da era da doutrinação à era do aprender/fazer, ou seja, uma catequese que constrói e vive um itinerário baseado nos passos do Mestre Jesus, tentando apreender todos os sonhos e ideais do Homem de Nazaré, fazendo acontecer e vivendo o Reino de Deus.
            Hoje, mais do que nunca, o catequista é o sujeito dessa mudança, não como um transmissor de doutrinas e conteúdo, mas como um orientador da caminhada, um irmão que caminha junto. Para acontecer essa Catequese de qualidade, precisamos de catequistas com qualidade. O Diretório Nacional de Catequese destaca o perfil do catequista: pessoa que ama viver e se sente realizado (como amar se não me amo?); ter maturidade humana e equilíbrio; pessoa de espiritualidade; pessoa de integração ao seu tempo e sua comunidade; conhecimento da realidade e busca constante de formação.      Além dessas qualidades, o catequista deve promover a cultura do encontro (pedido do Papa Francisco), sair de si e escutar os outros, precisamos escutar mais os nossos catequizandos do que falar. Somos catequistas para ouvir mais do que falar, escutar as conquistas, alegrias, as decepções e sofrimentos de nossos catequizandos, pois assim teremos condições de dar qualidade à nossa catequese.
Não podemos ir para a catequese sem se preparar, as novas tecnologias estão aí e precisamos usá-las para evangelizar. O exemplo mais forte sobre a tecnologia ouvi de uma catequista, preparou um encontro sobre a terra de Jesus, levou cópias xerográficas do mapa de onde Jesus viveu. Um menino jogou o mapa no lixo, a catequista o interpelou o porquê daquele gesto, ele tirou o celular e em poucos segundos acessou um mapa colorido e animado, e disse: “assim é mais bonito”.
Há que se preparar melhor para entendermos o que nos cerca. Vivemos desafios: famílias desestruturadas, transformações sociais, intolerância, nova cultura, inversão de valores, falta de compromisso e outros. O grande desafio da catequese é transmitir a fé de forma significativa; que não seja um simples decorar normas ou repetir esquemas, mas seja um acolher a palavra de Deus e vivê-la de forma significativa para dar sentido à sua vida (um dos motes das Santas Missões Populares). A formação tem papel primordial para que nossa missão seja mais eficiente, não é possível admitir que há catequistas que não participam do grupo de catequistas de suas paróquias, é triste. O catequista não sabe tudo e não está formado, a formação é permanente, ou seja, para toda a vida. O grupo de catequistas é o “melhor audiovisual da catequese” (Frei Bernardo Cansi), onde o catequista faz experiência de amor, aprendizado e de comunidade. O catequista que diz que não vai ao encontro de formação sobre Cristologia, porque diz que já sabe tudo sobre Jesus, já prova que não sabe nada. Essa desculpa que sabe tudo mostra o nível de comprometimento com a catequese e com a comunidade.
Que nossas comunidades estejam repletas de catequistas que topem o desafio de ser sal e luz, iluminados e iluminadores, semeadores do Reino de Deus.
Catequista, “Não pare de plantar suas sementes, porque você não sabe qual delas vai crescer, talvez todas cresçam” (Ecl 11,6).
                                   Paz inquieta!
Luiz Sergio Palhão
Equipe catequese setor Alfenas
Diocese de Guaxupé
           
           

sábado, 30 de junho de 2018


Irmão e irmã catequista
Paz Inquieta
         Como catequizar nos dias atuais? Essa pergunta que não quer calar é matéria de vários estudiosos da catequese e diria de todos os catequistas. Vivemos numa sociedade marcada por grandes desafios e de inúmeros problemas que marcam a maneira de pensar e de agir do ser humano. A intolerância, o desamor, a falta do respeito, a perda de valores essenciais, consumismo desenfreado, falta de compromisso e outros, fazem com que nos sintamos, às vezes, sem forças para continuar caminhando.
         Apesar de tantos dissabores, o catequista não pode perder a esperança, pois o catequista é um ser essencialmente esperançoso e sua vida sempre tem como força motivadora a esperança de fazer do mundo um lugar melhor, o sonho do Reino acontecer. O bom catequista segue alguns passos para estar preparado para ser sal, fermento e luz em sua comunidade, para ajudar os seus catequizandos a darem mais sabor a suas vidas: 1º) deve conhecer a realidade que o cerca, o mundo em que vive e tentar achar respostas a partir das questões que a contemporaneidade tem colocado no viver. Os problemas atuais devem nortear o trabalho catequético, para que à luz do evangelho, o catequista possa fazer o catequizando enxergar e discernir o joio e o trigo que lhe é colocado todos os dias. 2º) adequar o seu jeito de catequizar às necessidades de seu catequizando, e para isso deve conhecer seus sonhos, suas lutas, suas alegrias, seus sofrimentos... quando comecei na catequese, inexperiente e sem formação básica, acertei muito, mas errei também e guardei um acontecimento que muito me marcou: havia um menino na minha turma que bagunçava e estava atrapalhando os encontros catequéticos, eu ficava bravo e estressava, até que um dia, não aguentando mais, chamei-o para uma conversa depois do encontro, expus a minha insatisfação quanto ao seu comportamento nos encontros, ele de cabeça baixa começou a chorar e disse-me que sua mãe estava doente e sua situação era difícil, e um ano mais tarde essa mãe veio a morrer, naquele momento a única coisa que pude fazer foi abraça-lo e a partir daquele momento ele mudou seu comportamento na catequese e percebi o óbvio, precisava conhecer melhor meus catequizandos. 3º) é preciso mudar, não se dá catequese do mesmo jeito, cada encontro é diferente, cada turma é diferente. O professor poeta Fernando Teixeira de Andrade bem escreveu: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”, esse poema, chamado poema da travessia, nos faz pensar: quais roupas velhas do nosso jeito de catequizar temos que abandonar? Quem tem medo de mudar fica na estrada. 4º) ser orientador da caminhada, não o sabe tudo, o caminho se faz caminhando. O catequista não é o mestre, mas o irmão que está junto nesse aprender e ensinar.
         Há muitos passos mais, mas deixo para que você reflita e descubra. Vamos fazer uma catequese que dá sentido à vida de nossos catequizandos.
                                                        Fiquem com Deus
                                                            Luiz Sergio Palhão


quinta-feira, 31 de maio de 2018

Celebramos hoje o Corpus Christie, ou seja, o corpo do Cristo. O grande norte do catequista, viver por causa de Jesus, tentando em sua vida viver os ideais e os sonhos Dele. Comungar o Cristo, comer a sua carne, é levar ao mundo uma palavra de esperança, “é tornar-se um perigo” a tudo que vai contrário ao projeto do Reino de Deus. Comungar é sair de si e ir ao encontro do outro, é despir-se de si em favor dos pequenos, e foi o que mais o Mestre de Nazaré fez. Comer a carne para que permaneça o sonho Dele. No livro Tempus Fugit, Rubem Alves, descreve o costume de certa tribo indígena que tem um costume antigo de alimentar-se da carne de uma pessoa que morre de sua comunidade para que seus valores e ideais permaneçam no meio deles. Esse antropofagismo, Rubem Alves traz para o banquete eucarístico, comemos a carne do Cristo para que permaneçam em nós os sonhos do jovem galileu. Ah, se a cada comunhão realmente pensarmos assim, o mundo com certeza mudaria ao nosso redor. Nós catequistas, e aqui destaco principalmente os catequistas que se encontram com as crianças, temos que fazer que a catequese revele a cada catequizando, que ele está sendo chamado a comer a carne do Mestre para ser nesse mundo um sinal de amor, compromisso e presença para quem precisar.
            “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.”. Que o Cristo sempre permaneça entre nós. 
Luiz Sergio

sábado, 5 de maio de 2018

Dinâmica para proporcionar um clima espiritual e amoroso entre os catequizandos

Dinâmica para proporcionar um clima espiritual e amoroso entre os catequizandos: OBJETIVO: Promover a integração entre os participantes. Criar um clima espiritual e amoroso.

MATERIAL: Tiras de papel para ser distribuída aos participantes.

DESENVOLVIMENTO:
· Distribuir as tiras de papel, solicitando que cada um escreva o seu próprio nome de forma bem legível, e depois dobre.
· Recolher os papéis, misturar e distribuir novamente, pedindo que cada um verifique se não tirou o próprio nome. Em caso positivo, deverá devolver e pegar outro papel, como se fosse o sorteio da brincadeira “Amigo Secreto”.
· Cada participante deverá ler para si o nome da pessoa que tirou e pensar porque ama essa pessoa. (Que qualidades ela tem que você mais admira?)
· Após determinado tempo, um por vez, deverá levantar-se, dizer o nome da pessoa que tirou e dizer em voz alta porque ama essa pessoa.
· Outra variação seria iniciar falando “eu amo essa pessoa porque ela tem tais e tais qualidades, etc, etc, e por fim, mencionar o nome da pessoa a quem está se referindo ou deixar que os demais tentem adivinhar.
Do "Catequistas do Brasil"
Catequese permanente
Uma das mudanças mais curiosas que a catequese vem sofrendo hoje é que ela deixa de ser preparação para os sacramentos e torna-se caminhada de discipulado: uma catequese permanente. A pessoa entra na catequese não mais para fazer primeira comunhão ou crismar, mas para conhecer Jesus e se tornar seu amigo, seu discípulo. A primeira comunhão e a crisma, sacramentos da vida cristã, tornam-se marco importante nesta jornada de seguimento, mas deixam de ser um fim em si mesmo. São consequência da vida em Cristo, sinais da nossa amizade e comunhão com ele.
A catequese permanente se encarrega desta tarefa: propor a fé cristã como algo precioso e desejável. As crianças, jovens e adultos vão ter tempo e ocasião de conhecer Jesus e seu amor libertador, vão fazer a experiência da vida cristã na comunhão fraterna com outros irmãos de fé.
Na catequese permanente, o catequizando tem tempo para conhecer Jesus e seu evangelho, tem lugar junto à comunidade cristã para fazer sua experiência do amor de Deus, tem direito de discernir seus caminhos e de escolher livremente seu itinerário de fé.
Para tempos com desafios permanentes, propomos uma experiência sempre permanente e crescente do amor de Deus, porque Deus não cessa de nos amar e de demonstrar esse amor.
Ah! E os sacramentos? Para quem entrou na dinâmica do discipulado, do seguimento de Jesus, os sacramentos serão uma festa: uma ocasião de estreitar os laços com Jesus e de reforçar a experiência do amor de Deus que ele nos revela. Para quem não entrou nesta caminhada, eles não fazem sentido!
(Trecho do texto Solange Maria do Carmo)

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Reflexão do Evangelho: Amigo dos excluídos - CEBI

Reflexão do Evangelho: Amigo dos excluídos - CEBI: Confira a reflexão do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,40-45 que corresponde ao Sexto Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O texto é do teólogo espanhol José Antonio Pagola, e foi publicado pelo Instituto Humanitas. Boa leitura! Jesus era muito sensível ao sofrimento de quem encontrava no Seu caminho, marginalizados pela sociedade, esquecidos pela religião ou …

Reflexão do Evangelho: Amigo dos excluídos - CEBI

Reflexão do Evangelho: Amigo dos excluídos - CEBI: Confira a reflexão do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,40-45 que corresponde ao Sexto Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O texto é do teólogo espanhol José Antonio Pagola, e foi publicado pelo Instituto Humanitas. Boa leitura! Jesus era muito sensível ao sofrimento de quem encontrava no Seu caminho, marginalizados pela sociedade, esquecidos pela religião ou …

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Da Edições CNBB

Prepare encontros catequéticos sobre a Campanha da Fraternidade

Durante a Campanha da Fraternidade (CF), as crianças ocupam lugar-chave e estratégico na divulgação, propagação e reflexão do tema “Fraternidade e superação da violência”. Geralmente, as crianças levam para casa os argumentos estudados nos encontros catequéticos e, assim, ajudam os adultos a refletir sobre o assunto.
Mas como trabalhar o tema da CF 2018 nos encontros catequéticos? Confira algumas sugestões abaixo:

Comece com uma história

Crianças – e adultos também – gostam muito de histórias. Nada melhor do que criar uma narrativa envolvendo algum personagem dentro do contexto do tema da Campanha da Fraternidade. Aproveite o lema da campanha “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8) e conte uma história sobre um personagem que sofre discriminação – que é uma forma de violência muito comum. Destaque os sofrimentos do protagonista por ser rejeitado e a maneira como ele enfrentou essa dificuldade. A moral da história deve ressaltar às crianças que não podemos discriminar ninguém, pois todos somos irmãos.

Jogos educativos

São inúmeras as formas de violência às quais estamos expostos diariamente: fome, violência física, verbal, racial etc. Que tal fazer com as crianças o “jogo do antônimo”. Funciona assim: escreva em pequenos papéis palavras sobre violência. Uma palavra para cada papelzinho. Coloque tudo em um pacote. Cada criança vai sortear uma palavra e o restante da turma terá que dizer uma palavra antônima para anular aquela forma de violência. Por exemplo: se a palavra sorteada foi “xingamentos”. Pode-se responder com “elogios”, “diálogo”. Anote no quadro a palavra sorteada e todos os antônimos encontrados para aquela atitude de violência. No fim, converse com os catequizandos sobre a diferença que podemos fazer no cotidiano quando, ao invés de uma atitude de violência, promovemos a cultura da paz.

Reflexão

No próximo encontro, apresente para as crianças dois cenários. A casa da “família tranquila”, onde todos vivem em paz apesar de suas diferenças. E a casa da “família tormenta”, onde moradores não se respeitam e não têm paciência uns com os outros. Crie situações de paz para a família que vive na paz e de conflito para a família tormenta. Em seguida, pergunte às crianças com qual dessas famílias elas se identificam, ou sob o exemplo de qual dessas famílias elas querem viver. Por fim, conversem sobre que atitudes devemos ter para ter um lar de paz e sossego, apesar das dificuldades.
Monte uma peça teatral
Agora é hora de os pequenos entrarem na história. Crie um roteiro para a apresentação de uma peça teatral. Envolva os elementos da CF 2018, destacando a diferença entre atitudes de paz e atitudes de violência. Monte, por exemplo, uma história com dois fins. Um dos finais com desfecho negativo. E outro final, para a mesma história, com desfecho positivo. A ideia é fazer com que todos reflitam sobre as atitudes do dia a dia, sobre como o nosso comportamento e atitude pode determinar o desenrolar dos fatos.
Feito o roteiro, ensaie com as crianças e convide os pais ou responsáveis para assistir à apresentação. Provavelmente levarão uma mensagem de paz para casa.
Faça a diferença
Prepare encontros catequéticos dinâmicos e aproveite a Campanha da Fraternidade para gerar novas ideias de como trabalhar com as crianças. Lembre-se de que elas são importantes para mudar o futuro da nossa sociedade. A cultura da paz promove a paz.
Ajude outras pessoas a também fazerem a diferença, compartilhe esse texto nas suas redes sociais, e encaminhe-o para os catequistas que você conhece.
Até mais!