Irmão
e irmã catequista
Paz
Inquieta
Como catequizar nos dias atuais? Essa
pergunta que não quer calar é matéria de vários estudiosos da catequese e diria
de todos os catequistas. Vivemos numa sociedade marcada por grandes desafios e
de inúmeros problemas que marcam a maneira de pensar e de agir do ser humano. A
intolerância, o desamor, a falta do respeito, a perda de valores essenciais,
consumismo desenfreado, falta de compromisso e outros, fazem com que nos
sintamos, às vezes, sem forças para continuar caminhando.
Apesar de tantos dissabores, o
catequista não pode perder a esperança, pois o catequista é um ser
essencialmente esperançoso e sua vida sempre tem como força motivadora a
esperança de fazer do mundo um lugar melhor, o sonho do Reino acontecer. O bom
catequista segue alguns passos para estar preparado para ser sal, fermento e
luz em sua comunidade, para ajudar os seus catequizandos a darem mais sabor a
suas vidas: 1º) deve conhecer a realidade que o cerca, o mundo em que vive e
tentar achar respostas a partir das questões que a contemporaneidade tem
colocado no viver. Os problemas atuais devem nortear o trabalho catequético,
para que à luz do evangelho, o catequista possa fazer o catequizando enxergar e
discernir o joio e o trigo que lhe é colocado todos os dias. 2º) adequar o seu
jeito de catequizar às necessidades de seu catequizando, e para isso deve conhecer
seus sonhos, suas lutas, suas alegrias, seus sofrimentos... quando comecei na
catequese, inexperiente e sem formação básica, acertei muito, mas errei também
e guardei um acontecimento que muito me marcou: havia um menino na minha turma
que bagunçava e estava atrapalhando os encontros catequéticos, eu ficava bravo
e estressava, até que um dia, não aguentando mais, chamei-o para uma conversa
depois do encontro, expus a minha insatisfação quanto ao seu comportamento nos
encontros, ele de cabeça baixa começou a chorar e disse-me que sua mãe estava
doente e sua situação era difícil, e um ano mais tarde essa mãe veio a morrer,
naquele momento a única coisa que pude fazer foi abraça-lo e a partir daquele
momento ele mudou seu comportamento na catequese e percebi o óbvio, precisava
conhecer melhor meus catequizandos. 3º) é preciso mudar, não se dá catequese do
mesmo jeito, cada encontro é diferente, cada turma é diferente. O professor
poeta Fernando Teixeira de Andrade bem escreveu: “Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os
nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da
travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de
nós mesmos”, esse poema, chamado poema da travessia, nos faz pensar: quais roupas
velhas do nosso jeito de catequizar temos que abandonar? Quem tem medo de mudar
fica na estrada. 4º) ser orientador da caminhada, não o sabe tudo, o caminho se
faz caminhando. O catequista não é o mestre, mas o irmão que está junto nesse
aprender e ensinar.
Há muitos passos mais, mas deixo para
que você reflita e descubra. Vamos fazer uma catequese que dá sentido à vida de
nossos catequizandos.
Fiquem
com Deus
Luiz Sergio Palhão
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