quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Catequese Digital IV

 

A graça é classificada como sendo uma benevolência e uma ação divina, porém precisa de intervenção direta do ser humano. Por conta disso, a cibergraça se preocupa em direcionar o indivíduo a uma reflexão de como poder viver de maneira mais equilibrada em eras digitais. Para poder prestar um maior auxílio na ação de Deus perante a vida do ser humano, necessitamos realizar o cultivo de hábitos melhores, sendo intermediados pela ascese digital. Dentre essa rotina, pode-se citar o surgimento de uma espécie de rotina de atividades, seja off-line ou também on-line, realizar bons propósitos e ter maior respeito com relação a horários. Oriolo (2020) relembra que muitas vezes necessitamos de uma espécie de detox digital, ou seja, de uma fase de renúncia em termos de conexão com intuito de nos reconectarmos de forma mais eficaz com outras pessoas e principalmente com Deus.

Deus está constantemente presente no ciberespaço e altera as inúmeras conexões existentes em uma espécie de rede de comunhão a partir do instante que dois ou mais pessoas estão reunidos em nome de Jesus. A partir do instante a qual nos encontramos em estado de graça, segundo Oriolo (2020), temos a oportunidade de fazer com que o Reino de Deus venha para nossa rede de comunicação.

A internet, para Oriolo (2020), é um dom de Deus e não surgiu com intuito de poder nos separar, mas sim para nos conectar. A partir do instante que o ser humano a utiliza para fins malignos, a mesma está a ser considerada como desvirtuada de sua função original, que é a de poder facilitar a comunhão. Desta forma podemos definir a cibergraça como sendo pessoas em comunhão no período da cultura digital. Da mesma forma que são realizadas releituras da graça perante as redes, necessitamos também repensar as ações de cunho evangelizadoras na atualidade.

 

 

Evangelização no período digital.

 

A cultura digital nos proporciona a melhor compreensão de que os processos comunicativos são constantes ações recíprocas existentes entre os interlocutores. Uma vez que o processo de evangelização é tido como um processo de comunicação, então podemos classificar como sendo uma real partilha da feliz notícia relativa à salvação. Segundo conhecimento de Ribeiro (2020), evangelização não pode ser taxada como uma simples função de expandir determinado conteúdo, uma vez que se trata de uma forma encontrada para que ocorra um comprometimento maior de vida com Jesus Cristo  e com os demais irmãos.

Um importante compromisso com o objetivo é de gerar a nossa vida um real propósito, segundo Ribeiro (2020), com uma maior alegria e uma exuberante beleza. Anunciar Jesus Cristo é expor a todos que possuir a crença nele e principalmente segui-lo, não é algo somente verdadeiro e justo, porém de extrema beleza, com o poder de expandir a vida na forma de um esplendor e em uma imensa alegria, mesmo diante de provações. Um dos maiores desafios existentes em nosso tempo é o repasse da coerência do repasse do compartilhamento.

Rocha (2020) lembra que o procedimento de evangelização é um grande grupo de ações as quais inclui as realidades do ser, dizer e fazer, as quais podemos exemplificar como sendo o encontro autêntico, a existência do diálogo fecundo, a escuta ativa, a utilização do olhar atento, o uso dos gestos de ternura. Evangelizar é o procedimento de comungar da vida de um terceiro, como no momento de olhar, da pessoa sentir compaixão pelos demais, de se aproximar dos mesmos. Nesse procedimento só logra êxito a pessoa que ama e é amado. O experimento do amor de Deus irá nos direcionar a realizar o testemunho desse amor aos demais.

Guimarães (2020) lembra que, no procedimento da catequese, a qual vem formar uma das fases do procedimento evangelizador, é de extrema importância que aconteça a renovação do processo de evangelização como sendo a forma de comunhão existente entre os indivíduos. Com o intuito de repensar o Evangelho na fase digital, a real questão não reside na forma de utilizar as tecnologias modernas para evangelização, mas de qual forma possa se transformar em um indivíduo evangelizador no universo digital. A participação e a colaboração são itens ímpares nos procedimentos evangelizadores dos nativos digitais, em especial na catequese, a qual necessita realizar o cultivo da fé através da experiência existente com o meio divino a qual o ser humano possui inserido sua respectiva crença.

Por meio do procedimento de secularização da espécie humana e das culturas existentes, uma grande parcela existente dos menores de idade está se desenvolvendo sem o procedimento de transmissão do ensino da fé nos seios familiares. Segundo Guimarães (2020), os procedimentos preparativos para os sacramentos, os quais tem sido classificados como um rito da sociedade ao invés de um ritual de fé, transformou-se em uma grande oportunidade de evangelização dos batizados.

Dessa forma, na atualidade, já não se podem realizar as partilhas até então existentes da evangelização e da catequese. Para Guimarães (2020), o anúncio não poderá mais ser classificado como apenas a primeira fase da fé, anterior a catequese, mas sim a dimensão que constitui cada instante da catequese, a qual não poderá ser considerada um constante estudo da fé, mas sim um encontro com intuito de gerar uma respectiva fé perante o diálogo, os processos participativos e as boas relações a serem insertes por entre os indivíduos.

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