A primeira geração que podemos classificar como sendo a pioneira da era
digital e global é a geração Y. Tapscott (2010) coloca que é por meio dela que
podemos notar uma gigantesca ruptura dos padrões comportamentais se compararmos
as gerações existentes anteriormente. O surgimento de novas características nas
formas comunicativas emergem com força na geração Y e são fortemente
intensificadas nas gerações seguintes. Podemos afirmar que a geração Alfa terá
uma enorme distinção se comparada às demais, por conta da existência da
pandemia do COVID-19. Para exemplificar essas inúmeras alterações que surgem, expomos
algumas das muitas características existentes das gerações mais recentes,
segundo (TAPSCOTT, 2010, p 41-51):
·
Os relacionamentos autoritários existentes no
seio familiar, no ambiente escolar e na área de trabalho estão se alterando,
uma vez que o poder e o processo de conhecimento já não se encontram
disponíveis somente para os pais, para as pessoas que exercem respectiva chefia
ou pelos mestres; os menores de idade, devido a sua extrema habilidade com os
modernos dispositivos digitais, conseguiram importante autoridade de cunho
tecnológico. Isso faz com que as relações sociais se tornem mais horizontais,
tornando-as mais colaborativas e permitindo a ampliação de seu
compartilhamento;
·
A respectiva área classificada como
multiculturalista e pluralista de onde emergiram essa juventude classificada
como digital, a fizeram mais aberta e com maior tolerância, constante na batalha
às injustiças sociais, muito embora suas atividades se manifestem mais nas
áreas tecnológicas que nas ruas;
·
São tidos como sendo pessoas analíticas,
fartos observadores e pessoas íntegras, que constantemente batalham em busca da
ampla liberdade nos estudos e nos respectivos trabalhos, com intuito de poderem
ter o convívio da maneira que melhor lhe convir com seus respectivos gostos e
crenças pessoais;
·
O momento real, a exposição à velocidade e
também a ampla e constante exposição às mídias tornaram esses vultos muito mais
ansiosos, com uma reduzida paciência, extremamente dispersivos e carentes de
uma grande gama de reconhecimento;
·
Suas potencialidades cognitivas alteraram de
forma brusca de comparadas com as primeiras gerações. Por conta da fartura de
informações e Fake News, surgiram habilidades mais efetivas de processamento,
de utilização em processo seletivo, de categorização e de melhor aproveitamento
dos dados existentes.
Tapscoot (2010), coloca que, com relação à cognição, poderia acrescentar
que o intelecto das pessoas classificadas como sendo nativos digitais
transformaram-se para inventivo e criativo. Nesse momento deve-se esclarecer
que, mesmo tendo o amplo estudo das distintas gerações se transformado em algo indispensável no
processo formativo dos alunos catequistas, não significa que que os
catequizandos em sua ampla totalidade, poderão evoluir com as mesmas
características comportamentais e de aprendizagem. Nesse meio aparecem outros
inúmeros fatores que exercem uma grande influência sobre suas respectivas
mentalidades. Para poder ter a chance de transpor a etapa da experiência de
conexão para o processo de comunhão, emergiu a tecnologia a qual conhecemos como cibergraça.
A Cibergraça
A utilização da cultura digital não surgiu para passar de forma
repentina. Por conta de sua extrema importância, é necessário que saibamos como
conviver com a graça dessa nova realidade, que necessita do ser humano uma
ampla maturidade e uma maior disciplina. Oriolo (2020) lembra que durante o
período pandêmico, com as medidas de distanciamento sendo constantemente
utilizadas, tivemos como única alternativa para chegar até os catequizandos, conseguidas
por meio de uma maior utilização da comunicação digital.
Muito embora podemos consideram como sendo indiscutíveis os enormes
benefícios que a utilização da tecnologia proporciona, temos de tomar o cuidado
para que não ocorra uma “tecnodependência” da mesma, e passemos a ficar
dependentes dela, como se isolados em uma espécie de bolha. Toda forma de
“desvio” comportamental por conta da utilização da internet que venha a gerar
algum tipo de dano ao indivíduo ou a terceiros, é classificado como
ciberpecado. Dessa forma, Guimarães (2020) relembra que as iniciativas de boas
origens passaram a migrar em maior número para as redes on-line, porém as más
ações também progrediram para o universo digital. Dentre elas podemos citar os
constantes surgimentos das fake News, do cyberbulling, pedofilia e pornografia
digital, dentre outros.
Um grande problema existente na atualidade é com relação a utilização
dos dados pessoais de terceiros para poder gerar alguma espécie de lucro. A
partir do instante a qual fazemos uso de um serviço sem custos existente na
internet, na realidade ele não sai de graça, uma vez que nós nos transformamos
no produto a qual está sendo repassado aos clientes. Para Ribeiro (2020), esse
é um dilema de caracteres morais que geram o que classificamos como sendo
pecado estrutural da rede. É de extrema importância termos ampla consciência de
que a internet sempre teve problemas ditas estruturais, principalmente em se
tratando de conexão, para não adentrarmos em alguma espécie de armadilha.
A Igreja, em inúmeras documentações, trabalha na orientação da conduta
moral do ser humano perante as mídias, uma vez que possui plena consciência de
que a culpa dos respectivos males não recai sobre os meios utilizados, mas sim
da pessoa que o utiliza. Guimarães (2020) relembra que uma vez que os recursos
existentes na internet possuem a capacidade de potencializar a expansão do
pecado a qual cometemos, eles conseguem uma expansão ainda maior da graça a
qual vivemos assim como dos bens que praticamos diariamente.