quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


Do  Cebi

Transfiguração: celebração antecipada da vitória sobre a cruz - Ildo Bohn Gass


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Segundo os evangelistas, a cena da transfiguração está em meio aos anúncios da paixão. A intenção é mostrar como a cruz faz parte da vida de quem assume o projeto do Pai até as últimas consequências. A fidelidade a Deus e ao resgate da vida dos pobres contraria interesses religiosos, econômicos e políticos. Nesse sentido, a perseguição pelos poderes que governam este mundo é inevitável na vida de quem assume a causa do Reino e de sua justiça.
Este relato é uma leitura pós-pascal e pretende narrar antecipadamente a vitória de Jesus sobre a morte na cruz, apresentando-o como o messias glorioso. É o que indica sua roupa branca como a luz (Mt 17,2). A ressurreição, a vitória sobre os poderosos, é a vida em toda a sua plenitude que vence os poderes de morte deste mundo.
Elias é o representante da profecia. Moisés faz lembrar não somente o êxodo, mas também todo Pentateuco, toda lei, que a tradição judaica atribuía a ele. Por um lado, a lei e os profetas, isto é as Escrituras todas, se cumprem em Jesus. Ou seja, o Nazareno dá continuidade à primeira aliança, levando-a à sua plenitude. Por outro lado, a comunidade de Mateus apresenta Jesus como um profeta que, tal como os profetas Elias (1Rs 17,1) e Moisés (Dt 18,15), veio anunciar um novo êxodo de liberdade para seu povo. O fato de Jesus subir, acompanhado por Pedro, Tiago e João, no alto de uma montanha (Mt 17,1), confirma esta perspectiva, pois é uma referência ao monte Sinai, no qual Deus deu a conhecer ao povo o seu projeto de vida e de liberdade, que Moisés registrou no decálogo (Ex 20,2-17). A tradição identificou a montanha da transfiguração com o monte Tabor. E Jesus é apresentado ao mundo como o novo Moisés que vem para resgatar a essência da lei, isto é, o amor que liberta e promove a vida de todos igualmente.
Ao propor ficar na montanha e construir três tendas (Mt 17,4), Pedro revela sua dureza de coração. Fazia pouco tempo que Jesus já lhe tinha chamado a atenção para sua cegueira, acusando-o de cumprir a função de Satanás como pedra de tropeço no projeto de Deus (Mt 16,22-23). Mesmo assim, Pedro ainda não compreendera que a construção da justiça do Reino não permite privilégios, nem acomodação. Ser discípulo não é somente participar da glória de Jesus, mas é também carregar a sua cruz, gerando e defendendo a vida.
nuvem (Mt 17,5) é um dos símbolos privilegiados na Bíblia para falar da presença de Deus (Ex 13,21; 16,10; 34,5; Nm 12,5). E, tal como em Lucas o anjo dissera a Maria "o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra" (Lc 1,35), agora desceu uma nuvem sobre a montanha, "cobrindo-os com a sua sombra". É o Pai confirmando a missão do Filho. Da nuvem saiu uma voz que disse: "Este é meu filho amado, em quem me comprazo, ouvi-o", da mesma forma como já havia anunciado por ocasião do batismo (Mt 3,17). Jesus é o Emanuel, presença libertadora de Deus entre nós (Mt 1,23).
Não é possível acomodar-se no alto da montanha. Ouvir a sua voz desinstala e leva adescer para junto do povo sofrido e tornar o Reino de Deus presente, sem ufanismo ou triunfalismo (Mt 17,9). Mas ciente de que o seguimento humilde da prática libertadora de  Jesus significa estar disposto a também sofrer as consequências da cruz.
Ildo Bohn Gass é bliblista, leigo católico. Junto com o Pastor Carlos Dreher (IECLB) e a Revma. Lucia Sírtoli (IEAB), é autor do livro O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.

sábado, 16 de fevereiro de 2013


CF 2013 – Letra para o hino
 Tema: FRATERNIDADE E JUVENTUDE
Lema: “EIS-ME AQUI, ENVIA-ME!” (Is 6,8)

Autor: Gerson Cesar Souza

1. Sei que perguntas, juventude, de onde veio
este teu jeito sempre novo e verdadeiro.
É que Eu plantei em ti, desde o materno seio,
esta vontade de mudar o mundo inteiro.

Refrão:  Estou aqui, Senhor, sou Jovem, sou teu povo!
Tenho fome de justiça e de mundo novo!
Eis-me aqui... Envia-me!
Pra formar a rede da fraternidade,
fazer na terra o novo céu, a tua vontade,
Eis-me aqui... Envia-me!

2. Levem a todos meu chamado à liberdade
onde a ganância gera irmãos escravizados.
Quero a mensagem que humaniza a sociedade
falada às claras, publicada nos telhados.

3. Hei juventude, falarei por tua voz,
pedindo um mundo em que os irmãos sejam iguais.
E, então, veremos muitos se juntando a nós
“pescando homens” com as redes sociais.

4.  A juventude seja o “sal” que o mundo almeja,
que viva em paz e faça o amor frutificar.
Qual planta nova, qual pilar firme da Igreja
gere bons frutos, faça o Reino, então, chegar.


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Estamos em Serrania, para mais uma reunião Setorial de Catequese.

Reunião Coordenação Setorial
Dia 09 de fevereiro de 2013
Local: Casa da Rosa

Pauta:
Retiro com Coordenadores Paroquiais de Catequese.
Reunião Setorial
Formação Setorial sobre Escatologia

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Campanha da Fraternidade 2013









Dez características para uma Leitura popular da Bíblia:
(Com base no pensamento de Carlos Mesters e Francisco Orofino)

1. A Bíblia é reconhecida e acolhida pelo povo como Palavra de Deus. É nesta raiz ou tronco
bem firme da fé, que enxertamos nossa vida e nossos trabalhos.

2. Ao ler a Bíblia, trazemos à tona a vida do povo e a confrontamos com a nossa própria vida.
Ela aparece como espelho, numa ligação profunda entre fé e vida.

3. A partir desta nova ligação entre Bíblia e vida, os pobres fazem a descoberta, a maior de
todas: "Se Deus esteve com aquele povo no passado, então Ele está também conosco nesta
luta que fazemos para nos libertar. Ele escuta também o nosso clamor!" (cf. Ex 2,24; 3,7).

4. Antigamente, a Bíblia ficava longe. Era vista como livro dos "padres". Hoje ela está mais
perto de nós, ajudando-nos a descobrir uma experiência nova e de gratuita de Deus em nossa
vida e em nossa história.

5. Surgiram novas maneiras de se olhar e interpretar a Bíblia. Ela é instrumento precioso para
fazer uma análise mais crítica da realidade que hoje vivemos.

6. A Palavra de Deus não está só na Bíblia, mas também na vida, e de que o objetivo principal
da leitura da Bíblia não é interpretar a Bíblia, mas sim interpretar a vida com a ajuda da
Bíblia.

7. A Bíblia entra por uma outra porta na vida do povo: não pela porta da imposição autoritária,
mas sim pela porta da experiência pessoal e comunitária. Ela se faz presente não como um
livro que impõe uma doutrina de cima para baixo, mas como uma Boa Nova que revela a
presença libertadora de Deus na vida e na luta do povo.

8. Para que se produza esta ligação profunda entre Bíblia e vida, é importante: a) ter
convivência e experiência pastoral inserida no meio do povo; b) Descobrir que se pisa o
mesmo chão, ontem e hoje (texto/contexto); c) Ter uma visão global da Bíblia, ligando-a
com a situação concreta da vida, percebendo seu alcance e suas luzes.

9. A interpretação que o povo faz da Bíblia é uma atividade envolvente: trabalho e estudo de
grupo, leitura pessoal e comunitária, teatro, celebrações, orações, etc. A criatividade torna
rica a compreensão.

10. Para uma boa interpretação, é muito importante o ambiente de fé e de fraternidade, através
de cantos, orações e celebrações. Pois o sentido da Bíblia não é só uma idéia ou uma
mensagem que se capta com a razão e se objetiva através de raciocínios, é também um
sentir, uma consolação, um conforto que é sentido com o coração.