sábado, 30 de julho de 2016

Catequese Cristã Católica: Sem Deus não dá - Pe. Zezinho, scj

Sem Deus não dá - Pe. Zezinho, scj

A ovelhinha desgarrou-se do rebanho e do pastor, e caiu na boca do lobo. O menino afastou-se do seu grupo e de seus chefes e perdeu-se na mata. A menina afastou-se dos conselhos de sua mãe, mulher sofrida e mais experiente, e acabou enganada e ferida na alma pelo rapaz, que a mãe percebeu que não prestava. Sem alguém que cuide de nós, não dá. Da infância até à velhice é impossível sobreviver sem alguém que nos ajude, sobretudo quando as forças faltam. São raríssimos os seres humanos que sobreviveram sozinhos e sem gente que os amasse. 

O contrário acontece todos os dias. Crianças caem no crime ou são usadas por falta de quem cuide delas. Jovens se desencaminham por errarem na escolha dos companheiros. Fiéis aderem a pregadores errados e religiões erradas e se fanatizam. Violência, roubo, corrupção, sexo errado, palavras erradas, atitudes erradas, lugar errado, crenças erradas, convicções erradas, namoros errados, casamentos errados, companhias erradas, decisões erradas, escolhas erradas.

É só ouvir as canções, ver televisão, abrir as revistas para ver quantos desvios e quantas ideias erradas o mundo transmite. Nudez sem nenhuma razão, sexo com qualquer um, violência, gente rindo de Deus e usando seu nome em vão o tempo todo, gente aplaudindo atos de violência, gente armando cilada e pegadinha para o outro cair, gente testando a fidelidade dos outros, invadindo a privacidade dos outros, acusações levianas, conversas levianas diante de crianças, deboche do amor e da família, gente que se casa em 20 dias de namoro e separa alguns meses depois e acha tudo normal porque ninguém tem nada com isso. O simpático homem que já casou dez vezes, a moça sorridente que já casou nove. A que diz que fez dois e faria outro aborto. A que vai ter um filho sem casar, porque não acredita no casamento. A lista que São Paulo fez no início da carta aos Romanos é pequena comparada aos desvios e pecados de hoje (Rm 1, 18-32). É Paulo dizendo que sem Deus não dá.

Alguns grupos e pessoas do mundo resolveram que não precisam de Deus. E quando admitem que Ele existe, imaginam e declaram que Ele não seria contra o que fazem. Declaram sua fé em Deus, mas continuam fazendo tudo o que a Bíblia diz que Deus condena. Criaram um Deus que jamais iria contra eles... Sobre homens como Paulo decidem dizer que, apesar de toda a sua cultura e de sua conversão, este era conservador e ultrapassado. Moderno para eles é quem não acusa, não fala, não condena, não questiona e não proíbe. Era supermoderna aquela nave espacial que levava sete astronautas. Mais moderna impossível. Mas explodiu logo na subida...

Texto: Pe. Zezinho scj
Fonte: Edições Paulinas

terça-feira, 26 de julho de 2016

O ministério da catequese na Igreja - Do site Catequese Hoje

Fano
Para bem realizarmos a missão da catequese é preciso organizar, planejar, programar, analisar, convocar recursos entre outras coisas. Mas nada disso funciona se não tivermos como horizonte onde a catequese se insere na missão da Igreja, ou seja, qual o seu objetivo dentro do objetivo maior da Igreja. 
A grande missão da Igreja é Evangelizar. Ela deve dar testemunho, pela palavra e pela ação, do grande amor de Deus que se revelou em Jesus Cristo para realizar a Salvação de todos. Salvação é vida, vida plena para a humanidade; é felicidade, paz e harmonia; é sentir-se amado por Deus; é conversão e perdão; é amor entre os seres humanos, filhos do mesmo Pai; é libertação de tudo que oprime o ser humano, antecipando assim a plenitude da Vida no eterno abraço de Deus. A salvação é o grande Projeto de Deus que Cristo veio concretizar.
A missão da Igreja não se limita aos seus próprios membros. A Igreja existe para o mundo, está a serviço do mundo e por isso deve ser fermento na história humana para que ela se desenvolva segundo o Projeto de Deus, que é o seu Reino. Mas para que isso aconteça ela precisa cuidar do crescimento e amadurecimento da fé dos seus próprios membros. 
É pela fé que os homens se tornam fiéis, membros da Igreja. A fé é uma adesão ao Deus que se revela em Jesus Cristo, adesão que implica a vivência do Evangelho e constante conversão. A fé é uma resposta livre e pessoal a Deus, mas esta resposta é apoiada e fortificada numa vivência comunitária. A fé cresce na medida em que caminhamos com a comunidade, que nos convida a uma constante conversão. 
Há ainda uma segunda dimensão da fé, que é muito cara à catequese. Ela é dom de Deus, que toma a iniciativa de uma relação pessoal e profunda com seus filhos. Deus se doa amorosa e gratuitamente. Ele deseja assim um encontro pessoal com cada filho que lhe responde com a fé. Neste sentido podemos dizer que a fé é uma resposta amorosa a Deus, que nos amou primeiro. 
A catequese é a educação da fé. Educação porque é processo permanente de amadurecimento da fé. Quem aderiu a Jesus Cristo, de fato, inicia um processo de conversão permanente, que dura toda a vida. Aquele que encontrou Cristo deseja conhecê-lo o mais possível. O amor por uma pessoa leva a desejar conhecê-la sempre mais.  A catequese deve levar o catequizando a amar e querer conhecer sempre mais a Jesus Cristo.
A catequese educa para a vida comunitária. A vida cristã em comunidade não se improvisa e é preciso educar para ela, com cuidado. O crescimento interior da Igreja depende da Catequese, por isso ela deve ser prioritária numa comunidade. Pelo batismo somos membros da Igreja e corresponsáveis pela evangelização e pela catequese. A catequese é uma responsabilidade de toda a comunidade cristã. Não é somente responsabilidade dos catequistas, dos padres, mas de toda a comunidade de fiéis. A comunidade tem a missão de acompanhar o processo de educação da fé das crianças, dos jovens e adultos e deve acolher os catequizandos num ambiente fraterno, tanto aqueles que estão entrando na comunidade de fé através da Iniciação à Vida Cristã ou aqueles que buscam sempre aprofundar a fé através da catequese permanente. 
Os pais cristãos são os primeiros catequistas de seus próprios filhos e a Igreja confere oficialmente a determinados membros da comunidade, especialmente chamados, à delicada missão de transmitir a fé, no seio da comunidade. São os (as) catequistas! 
Na Igreja o Bispo é o primeiro responsável pela catequese, o catequista por excelência. Aquele que alimenta uma verdadeira paixão pela catequese, que trabalha para que haja catequistas preparados para a missão. Logo após o Bispo, os padres, também educadores da fé, são responsáveis principalmente pela formação e acompanhamento dos catequistas. 
Equipe Catequese Hoje

domingo, 17 de julho de 2016

CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO: BÊNÇÃO: PAPA FRANCISCO

BÊNÇÃO: PAPA FRANCISCO


Recebam estas palavras como uma bênção para cada um de vocês.

O que é uma bênção? Uma bênção de Deus… cria um escudo de luz na pessoa que você está abençoando. É a conexão divina! Daí a importância de abençoar sempre com amor!

Abençoe seu dia, seu parceiro, seus filhos, seus amigos, tudo que você faz, o seu trabalho! Pare por um segundo e abençoe a pessoa que está perto de você, você pode fazer mentalmente; pare, olhe e veja que existe uma alteração ligeira no seu rosto. Abençoe seu corpo, independentemente de que esteja doente ou saudável! Abençoe-o e preencha-o com luz, amor, misericórdia e perdão para que esteja saudável! Abençoe o seu relacionamento, sem te importar se te encontra só, porque você mesmo se complementa.

Abençoe o seu trabalho, se te pagam pouco ou se te pagam muito, porque ao abençoá-lo, você fica cheio de luz divina e desta forma, está se preparando para algo melhor! Tem direito a coisas maravilhosas, só tem que crer e sentir! Avante! Bendiga-te.

Abençoa a sua existência, sem se importar que tenha tido experiências dolorosas! Estas são apenas obstáculos para superar e crescer! Então Deus os abençoe e guarde e o Espírito Santo vos encha de sabedoria e de entendimento e guie teus passos na sua bela existência. Amém!!!

(Papa Francisco)      
Do Blog Catequistas em formação

terça-feira, 12 de julho de 2016

Paz Inquieta!
            Quando se aproximam a Palavra de Deus e a vida, se aproximam a fé e a vida. O catequista tem que ter consciência disso e fazer que seus catequizandos tenham cada vez mais a possibilidades de tocar a Bíblia e dela saciar da água que brota do seu interior.
 A Bíblia deve ser o livro de cabeceira do catequista, pois nela ele encontra caminhos para a sua prática catequética, não se esquecendo do cotidiano, onde ela deve se manifestar. O saudoso Frei Bernardo Cansi dizia que o catequista deve ter em uma das mãos um jornal e na outra a Palavra de Deus.
            Há que se cuidar da leitura da Bíblia, muito já se caminhou nesse sentido, mas ainda acontecem casos de fundamentalismos que não devem ser mais aceitos na nossa Igreja. Aquele que faz uma leitura fundamentalista acaba destruindo a beleza e a vivacidade da Palavra. Dizer que se necessita também de muito estudo para ler as Sagradas Escrituras é ignorar a sabedoria popular e a interpretação coletiva. Lembro-me de Padre José Luiz Gonzaga do Prado, nosso estimado amigo, nos contando sobre Dona Sebastiana, mesmo sendo analfabeta explicando as escrituras, ela pedia para um alfabetizado ler e ela com sua sabedoria iluminava a comunidade. Como dizia Padre Zé Luiz: “Basta saber bem do que se está falando e ter “malícia” para perceber o que está por trás das palavras, as insinuações, as alusões. O linguajar do povo está cheio disso. Sem sentido duplo não há humor. É preciso uma boa dose de humor para se entender a Bíblia”.
             Devemos lembrar sempre que Bíblia não trás uma resposta pronta, mas aconselha, guia os seus passos. Santo Agostinho disse que a vida é a primeira Palavra de Deus.
      Algumas dicas para o uso da Bíblia na catequese:
1- Ter clara a mensagem que queremos transmitir, a atitude evangélica que queremos despertar.
2- Levar em conta o perfil do catequizando: se é criança, jovem ou adulto, qual sua situação de vida, sua cultura e suas experiências.
3- Técnicas que melhorem a assimilação da mensagem.
4- Vivência concreta.

“Tua Palavra é luz no meu caminho”.


Dinâmica do perdão

Objetivo: 
Estimular a reflexão e a oração, a partir do instante em que se reconhece o sacrifício de Jesus por nós.

Materiais:
01 vela em um castiçal
01 crucifixo

Como fazer:
Quando desenvolvemos essa dinâmica nossas crianças já tinham vivido a Páscoa e já tínhamos conversado sobre a importância dela. Pedi que as crianças pensassem em silêncio o que gostariam de pedir perdão a Jesus, olhando-O na cruz, diante de tamanha dor e sacrifício para nos salvar. Fizemos uma reflexão em torno do que a cruz representa para nós e como o gesto de se entregar por amor é único e vem de um Deus que verdadeiramente ama os seus filhos.

Ao olharmos a vela acesa, iriamos pensar nas infinitas coisas que temos a agradecer a Jesus por sua ressurreição e por nossa libertação. Resgatamos mais um vez o sentido da Páscoa e partilhamos a importância da mesma.

Na prática, depois de prepararmos as crianças, pedimos que fosse passando a cruz e a vela. Ao olhar para a cruz, cada catequizando deveria pedir perdão por algo que ofendeu a Deus e ao próximo. Ao segurar a vela, todos deveriam agradecer a Jesus.

A dinâmica foi muito interessante, as crianças não se envergonharam de falar. Pedir perdão, sinceramente, valorizando o sacrifício da Paixão. Alegrar-se, rejubilar-se, ao olhar a chama da luz, que nos lembra Cristo, luz do mundo.

Alguns cuidados: Acho que poderia ser melhor se todos estivessem sentados no chão. A vela pode ser menor, daquelas que são bem pequenas, assim seria mais seguro.

Ao final, pode-se cantar um cântico como: Deixa a luz do céu entrar...


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Faça o mesmo

Do Instituto Humanitas Unisinos - IHU

Faça o mesmo

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lucas 10,25-37 que corresponde ao 15° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto 
 
http://www.periodistadigital.com/religion/
Para não sair mal de uma conversa com Jesus, um mestre da lei lhe perguntou: «E quem é o meu próximo?». É a pergunta de quem só se preocupa em cumprir a lei. Interessa-lhe saber a quem deve amar e a quem pode excluir do seu amor. Não pensa nos sofrimentos das pessoas.
Jesus, que vive aliviando o sofrimento de quem encontra no seu caminho, quebrando se faz falta a lei do sábado ou as normas de pureza, responde-lhe com um relato quedenuncia de forma provocadora todo o legalismo religioso que ignore o amor ao necessitado.
No caminho que baixa de Jerusalém a Jericó, um homem foi assaltado por bandidos. Agredido e despojado de tudo, fica na valeta meio morto, abandonado à sua sorte. Não sabemos quem é, apenas que é um «homem». Poderia ser qualquer um de nós. Qualquer ser humano abatido pela violência, a doença, a desgraça ou o desespero.
«Por casualidade» aparece pelo caminho um sacerdote. O texto indica que é por acaso, como se nada tivesse que ver estar ali um homem dedicado ao culto. O seu não é baixar até os feridos que estão nas valas. O seu lugar é no templo. A sua ocupação, as celebrações sagradas. Quando chega ao local do ferido, «vê-o, dá uma volta e passa ao lado».
A sua falta de compaixão não é só uma reação pessoal, pois também um levita do templo que passa junto ao ferido «faz o mesmo». É mais uma atitude e um perigo que espreita a quem se dedica ao mundo do sagrado: viver longe do mundo real onde as pessoas lutam, trabalham e sofrem.
Quando a religião não está centrada num Deus, Amigo da vida, e Pai dos que sofrem, o culto sagrado pode converter-se numa experiência que distancia da vida profana, preserva do contato direto com o sofrimento das pessoas e nos faz caminhar sem reagir ante os feridos que vemos nas valas. Segundo Jesus, não são os homens do culto os que melhor nos podem indicar como temos de tratar aos que sofrem, mas as pessoas que têm coração.
Pelo caminho chega um samaritano. Não vem do templo. Não pertence sequer ao povo eleito de Israel. Vive dedicado a algo tão pouco sagrado como o seu pequeno negócio de comerciante. Mas, quando vê o ferido, não se pergunta se é próximo ou não. Comove-se e faz por ele tudo o que pode. É a este que temos de imitar. Assim diz Jesus ao legalista: «Vai e faz tu o mesmo». A quem imitaremos ao encontrarmos no nosso caminho com as vítimas mais golpeadas pela crise econômica dos nossos dias?

PAZ INQUIETA

Paz inquieta!

O catequista em excelência é aquele que faz ver. Gosto muito de uma frase de Rubem Alves para educadores que adapto à catequese: Catequizar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O catequista diz: veja. O catequizando olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente... Aí está a chave para o sucesso da catequese, mostrar ao catequizando uma vida diferente, inspirada em Jesus. E como pode isto ocorrer?

Primeiro é necessário que o catequista tenha plena visão e viva este novo jeito de ser, pois não adianta propor algo novo se eu mesmo não o viva, não o sinta e sequer faço diferente. É preciso uma mudança do pensamento no agir catequético e o catequista é o único que pode fazer esta mudança. 

Quando surgiu o documento Catequese Renovada, muita gente queria ficar no passado, não queria se abrir ao novo, pois, toda novidade traz medo e incerteza. Foi difícil, mas aqueles que se abriram para mudança de rumo e apostaram nesta nova maneira de catequizar, tiveram imensa felicidade ao ver pouco a pouco a transformação da Catequese. Aqueles que não quiseram mudar me fazem lembrar um pensamento de Fernando Pessoa: Na véspera de não partir nunca, ao menos não há que se arrumar as malas. Ou seja, ficar do mesmo jeito não traz trabalho e sacrifício. O catequista precisa ser criativo e dinâmico para anunciar a Boa Nova de Jesus a todos os cantos.

Em segundo lugar é não se descuidar de sua formação, buscando de todas as formas melhorar seu conteúdo. A formação faz-se passo a passo, no cotidiano, estudando, meditando, refletindo e espiritualizando. Catequista ligado na atualidade não corre o risco de ficar na estrada. Urge o catequista embrenhar-se pelas tecnologias que estão nas mãos de nossas crianças, adolescentes e jovens, para entendê-los melhor e ter a palavra certa para nossos catequizandos.

Que nós catequistas possamos fazer nossos catequizandos verem melhor e serem cada vez melhores, pois a catequese é para torná-los seres melhores e engajados no Projeto do Senhor. Oxalá sermos catequizados e catequizadores, mestres e aprendizes nessa viagem que é a vida. Fiquem com Deus.


Luiz Sergio Palhão
Coordenação Setor Alfenas