quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Linda reflexão de Terezinha Motta Lima da Cruz


Para refletir:
            Quem lidava com Jesus na Palestina tinha dificuldade em vê-lo como presença de Deus. Seus vizinhos diziam: Não é ele o filho do carpinteiro? Não cresceu entre nós? Outros, que ouviam sua fama e sabiam de suas origens, até comentavam: E de Nazaré pode vir alguma coisa boa?
            Conosco ocorre o inverso. Não conhecemos Jesus nas estradas da Palestina. Desde pequenos vemos sua imagem nos altares, cantamos-lhe hinos de louvor, nos ajoelhamos diante dele, adoramos sua presença na eucaristia. Nossa dificuldade não é admiti-lo como Filho de Deus. É vê-lo como muitos o viram na sua terra natal: um homem, alguém igual a nós. Ouvindo isso, é provável que, muito zelosamente, alguns mais versados na doutrina se apressem a corrigir: "Igual a nós em tudo, menos no pecado". Uma grande parte, possivelmente a maioria, não gostará muito nem dessa correção, por achá-la insuficiente. Dirão: Como ele pode ser diferente só por não ter pecado? Ele tem um poder que nós não temos! Sabe tudo! Está acima dessas
coisas humanas! Há um visível mal-estar quando se menciona que Jesus teve de aprender os hábitos e a cultura de seu povo, como todo o mundo, que ele podia se decepcionar, ter medo, ter preferências, dúvidas, dores e necessidades comuns humanas. Nada disso é pecado - caberia direitinho na doutrina - mas parece humano demais para ser digno do Filho de Deus.
            Por conta desse tipo de sentimento é que os evangelhos apócrifos contam histórias fantásticas, lendas de Jesus menino fazendo milagres de todo o tipo, como, por exemplo, soprar passarinhos de barro que saíam voando. Para a imaginação popular, era (é) difícil combinar a idéia de Jesus, segunda pessoa da Trindade, Filho de Deus, com os 30 anos de vida absolutamente comum de um aprendiz de carpinteiro, que em nada se destacou no meio de seus vizinhos. Em vez de se admirar e agradecer pelo magnífico amor aí manifestado por Deus nesse total despojamento, a maioria prefere imaginar um Jesus mágico, capaz de seduzir a todos com um olhar, mostrando desde pequeno que pertence a outra realidade. Mas é bom lembrar que, entre outras coisas, foi
principalmente por esse caráter mágico e sensacionalista que os evangelhos apócrifos não foram assumidos como norma de fé e Palavra de Deus pela Igreja.
            Lembro que certa vez organizamos uma tarde de oração que começava com as pessoas sendo convidadas a rezar reunidas em grupos ao redor de uma figura de Jesus crucificado. Uma senhora se afastou do grupo e foi rezar sozinha. A coordenadora foi ver o que havia e ela lhe explicou que era impossível rezar diante de uma figura tão "herética" que mostrava Jesus de rosto contraído como se estivesse revoltado por estar sendo crucificado. Ela imaginava Jesus sereno na cruz oferecendo seu sacrifício sem nenhum sentimento humano diante da violência, da tortura e da solidão da cruz. Afinal, o Filho de Deus tem de estar acima dessas coisas. Fica, é claro, sem explicação o escandaloso e "inoportuno" grito de Jesus: "Senhor, por que me abandonaste?".
            Em outra ocasião, uma catequista foi chamada à atenção porque estava imaginando o trabalho que Maria deveria ter tido para criar Jesus, com todos aqueles probleminhas comuns de criança, incluindo eventuais febres e dores de barriga. (Que criança não tem isso?) Foi um "Deus nos acuda!", com a catequista acusada de "desconhecer a doutrina" e faltar com respeito à pessoa divina de Jesus.
            De certa forma, é natural que isso aconteça. A Encarnação é tão escandalosa que fugimos dela criando uma imagem etérea de Jesus. É que aí a "loucura" de Deus passou mesmo dos limites. Admitir a total humanidade de Jesus parece um desrespeito porque há coisas em nossa vida que consideramos "menos dignas", mesmo que não sejam pecado e sejam absolutamente normais, humanas e até inevitáveis na vida diária. Esquecemos que a nossa própria natureza humana é obra de Deus e não pode ser pouco digna.
            No entanto, é justamente na Encarnação total, sem faz-de-conta, no pequeno e no grande da vida humana, que o amor de Deus manifestado em Jesus ganha toda a sua surpreendente, desconcertante magnitude! Aí reside o tesouro maior da nossa fé, uma demonstração tão grande do desejo de salvação, que nem conseguimos contemplá-la por inteiro, sem desvios. O poeta evangélico Rubem Alves, numa meditação sobre o Pai Nosso, descreve com muita ternura a beleza que é o menino Jesus precisar do leite de Maria para não passar fome. Ele diz que o Natal é uma espécie de "eucaristia ao contrário": na eucaristia nós nos alimentamos do corpo de Deus, no Natal Deus precisa de um corpo humano, o corpo de Maria, para se alimentar. Depois de crescer, Jesus vai continuar precisando de ajudas humanas tanto para se sentir feliz como para realizar sua missão: precisa do acolhimento de Marta e Maria, da amizade de Lázaro, dos amigos que lhe preparam o local da ceia, da mulher que o cobre com perfume, das casas que o acolhem na qualidade de pregador itinerante, da lealdade daqueles que escolheu para
continuar o trabalho, do barco dos pescadores do mar da Galiléia, do camponês de Cirene que o ajudou a carregar a cruz, de José de Arimatéia, que lhe ofereceu uma sepultura...
Therezinha Motta Lima da Cruz
Vamos perguntar:
1. Quem é Jesus pra mim? Olhando para sua pessoa, o que mais me chama a atenção?
2. Qual a imagem de Jesus que a nossa catequese transmite?

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Desenhos para colorir sobre o Natal





O Conteúdo da Iniciação do Cristão


Queremos neste pequeno texto lembrar ao Catequista o conteúdo da Fé cristã.


JESUS CRISTO está no centro da mensagem cristã. A partir de Jesus, vamos entender o sentido da nossa vida, o plano da salvação, nossa missão. Os Evangelhos nos falam de Jesus, do seu agir, do seu falar. Nossa catequese deve pôr o catequizando em contato vivo e pessoal com o Senhor, despertar um grande amor por ele e impulsioná-lo a seguir Jesus e tornar-se um verdadeiro discípulo.

A vida, a morte e a ressurreição de Jesus formam a grande mensagem a anunciar. É o mistério pascal que celebramos na Liturgia e vivemos no dia a dia. A catequese seja extremamente bíblica. O catequizando seja introduzido na leitura da Bíblia para poder viver da própria fonte da revelação de Deus.

A dimensão trinitária da Catequese

Jesus é a revelação de Deus, Pai. “Quem me vê, vê o Pai”, disse Jesus. Toda a pessoa de Jesus está voltada para o Pai. É a vontade do Pai que ele procura. Essa vontade do Pai é a salvação da humanidade, a verdadeira vida dos seus filhos. É um projeto de amor, uma boa notícia. Jesus se entrega à missão de anunciar esse Projeto e dá a própria vida por ela.

 Jesus não é o ponto final, mas é o caminho para seu Pai e nosso Pai.Jesus é a imagem do Pai, a Palavra do Pai, o rosto humano do Pai. A catequese deve não somente tornar Jesus conhecido e amado, mas deve levar o catequizando a amar a Deus que é amoroso e misericordioso.

Toda a vida de Jesus, desde a sua concepção, está, conforme a Bíblia, sob a força do Espírito Santo. Quando Jesus foi batizado, o Espírito Santo o ungiu para sua missão. Impulsionado pelo Espírito Santo, Jesus foi para o deserto a fim de se preparar para sua missão. E Jesus disse, quando estava na sinagoga em Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres...” e nos prometeu mandar o Espírito, depois da sua ressurreição. 

Não podemos anunciar Jesus, sem também anunciar a força do Espírito sobre ele, sobre a Igreja e sobre cada um de nós. Assim, numa boa catequese, a dimensão trinitária deve estar presente, sem nos perder em definições complicadas difíceis para o povo entender.

Jesus revela também o homem ao homem

Jesus Cristo, imagem do Deus invisível, é também a imagem do ser humano. Devemos crescer rumo à maturidade em Cristo, diz S.Paulo (Ef 4,13). Em Cristo torna-se claro o mistério humano, sua vocação, sua abertura para Deus, suas lutas e até suas tentações.

Jesus nos mostra que nós também somos imagem de Deus e como somos chamados a viver nossa vocação. Ele é nosso guia, a luz que nos mostra o caminho, aquele que nos mostra a nossa dignidade, o nosso valor aos olhos de Deus.

A catequese deve se preocupar com a formação humana, o valor e a autoestima da pessoa, com sua situação, seu sofrimento, sua vida familiar etc. A partir da realidade da sua vida, a pessoa vai encontrar em Cristo uma resposta para suas buscas e angústias.

Jesus anuncia o Reino de Deus

A mensagem de Jesus sobre Deus é uma boa notícia para a humanidade. Jesus anuncia o Reino. Mas, que é, exatamente, o Reino (ou reinado) de Deus que Jesus prega? 

A expressão “Reino de Deus” aparece 120 vezes nos evangelhos (em contraste com a palavra “Igreja” que aparece somente três vezes). Jesus começa a anunciar proclamando: “Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo” (Mt 4,17).  

Jesus não define o Reino, mas mostra, por sua vida, suas palavras, sua ação, o que é esse Reino. É para os pequenos, os humildes, os pobres, os marginalizados... Seus milagres mostram o que é. Suas parábolas o fazem entender.

O Reino de Deus não tem fronteiras. Será uma árvore grande onde as aves do céu (as nações do mundo) vão fazer seu ninho. O Reino já chegou, mas deve crescer, como dizem diversas parábolas sobre a semente e o joio. Nós estamos agora neste tempo de crescimento e devemos cooperar para que o Reino possa crescer.

Os apóstolos receberam a missão de proclamar essa Boa Nova (Mt 10,7). Depois de Pentecostes, o Reino, sob a força do Espírito, torna-se a perspectiva final da pregação evangélica. O tempo da Igreja é o tempo do crescimento do Reino de Deus até o dia da consumação dos tempos. O Reino de Deus é o grande SONHO DE DEUS. É um Reino de paz, de justiça, de amor e partilha. Então, a vontade de Deus será feita: a salvação, a libertação de todos. 

O anúncio do Reino de Deus dá uma perspectiva à evangelização, à catequese. Exige um dinamismo que olha o aspecto universal da salvação. Ultrapassa as fronteiras da Igreja, abre horizontes ecumênicos e de diálogo inter-religioso, procura construir os valores evangélicas no mundo secular: política, profissão, arte, cultura, educação, no campo social... A Igreja deve estar a serviço do Reino que é universal. Há um grande campo em que o cristão pode atuar, tornando-se realmente discípulo missionário, de que tanto falamos hoje em dia.

O Concílio Vaticano II chamou a atenção para o fato que a Igreja é sinal e instrumento do Reino. Ela mesma e cada um dos seus membros devem viver as exigências do Reino como Jesus ensinou. Mas, ela é também instrumento do Reino e deve trabalhar para que o sonho de Deus possa se realizar.

A Igreja está a serviço do Reino e deve trabalhar junto com todos, também os que estão fora da Igreja, que procuram uma sociedade de justiça, paz e amor.


Inês Broshuis
Comissão Bíblico-Catequética de BH e do Leste 2.
01.12.2012

O cultivo da Espiritualidade do Catequista

O cuidado com a Espiritualidade do Catequista se faz prioridade no Ano da Fé. É a Espiritualidade que mantém acesa a chama do Amor-Encontro com Deus e da Missão do Catequista. Sem espiritualidade o cansaço, o desânimo, o ativismo, tomam conta.


O que é Espiritualidade?

Será importante explicitar aqui, brevemente, o que é a Espiritualidade. A Espiritualidade é o oxigênio do coração. É viver segundo o Espírito. É uma maneira determinada de viver a globalidade da vida, com seus afazeres, dificuldades, objetivos e desafios, orientando-a pela luz da nossa fé cristã. Espiritualidade é nossa dimensão divina em tudo o que é humano.

Numa bela definição, Pe. Adroaldo Palaoro sj, nos diz: “É a espiritualidade que reacende desejos e sonhos, que desperta energias em direção ao algo “mais”; é a espiritualidade que faz descobrir, escondida no cotidiano, a presença amorosa do Deus Pai-Mãe que nos envolve; é a espiritualidade que projeta a vida a cada instante, abre espaço à ação do Espírito, nos faz ser criativos e ousados em tudo o que fazemos e dá sentido e inspiração a cada ação humana, por mais simples que seja; é a espiritualidade que nos desperta e nos faz descobrir que nossa vida cotidiana guarda segredos, novidades, surpresas... que podem dar novo sentido e brilho à vida.
É um modo de “ler” e interpretar a mensagem que cada experiência de vida pode nos comunicar. Essa dimensão espiritual se revela pela capacidade de diálogo consigo mesmo e com o próprio coração, se traduz pelo amor, pela sensibilidade, pela compaixão, pela escuta do outro, pela responsabilidade e pelo cuidado como atitude fundamental”.

Espiritualidade consiste primariamente não na recitação piedosa e humilde de determinados exercícios devocionais religiosos..., mas num modo de se posicionar na vida e ver todas as coisas. Olhar o mundo com os olhos do coração, ver o sagrado mistério da realidade... Então, espiritualidade não é momentos de oração, é a definição mais capenga. Nem se reduz a sacramento, retiro, silêncio...
 
Espíritualidade é o cultivo das coisas do Espírito. A palavra espiritualidade vem de espírito. Na Bíblia, “Espírito” quer dizer vida, movimento, força, presença, sopro, ardor. Espírito é a força que leva a agir. Espiritualidade é uma força que nos anima, inspira. Ela vem de dentro de nós e nos impulsiona para a ação. Na vida do Cristão, esta força é o Espírito Santo. Ele acende em nós o fogo do amor: amor a Deus, amor aos irmãos, amor a Catequese. E o amor nos faz atuar, agir.
           
Quem experimenta o encontro com Deus-Amor deseja estar com Ele. A oração é a conversa mais particular e íntima com Deus, que realimenta e fornece combustível para a dinâmica do encontro permanente com Ele e da leitura da sua presença na vida. Pondo diante de Deus o que somos e vivemos, ele nos ajuda a ver mais claramente, a identificar seu apelo nos chamados sinais dos tempos, que estão aí na nossa história pessoal e na sociedade. A oração mais do que palavras é estar com Deus. Como diz Santa Tereza é “querer estar a sós com aquele que sabemos que nos ama”.

Sem espiritualidade a catequese perde o rumo

Sem o cultivo da Espiritualidade é muito difícil a catequese caminhar bem. As coisas se transformam em rotina, o desânimo vai minando o trabalho, os conflitos tumultuam o grupo. Sem Espiritualidade as pessoas vão ficando endurecidas, descrentes, desgastadas. A Espiritualidade mantém viva o “porquê” e o “para que” somos catequistas. A causa (a paixão por Jesus e pelo Reino de Deus) nos mantém no caminho do seguimento e da paixão pela educação da fé da comunidade cristã.

Quem cultiva a espiritualidade, sente-se habitado por uma Presença, que irradia ternura e amor, mesmo em meio à maior dor. Tem entusiasmo porque sabe que carrega Deus dentro de si. Mesmo com desafios, dores, sofrimentos, um catequista assim sabe-se a caminho e um eterno aprendiz do Amor.

Algumas ações possíveis para o cultivo da Espiritualidade:
- Pode ser preciso realizar algum tipo de formação sobre Espiritualidade (o que é e o que não é; o que é experiência de Deus; a oração cristã...). Mas, é importante ter presente que um curso sobre Espiritualidade não irá resolver o cultivo da Espiritualidade do grupo de catequistas.

- Iniciar todas as reuniões com o grupo de catequistas (da paróquia, da comunidade) com um belo tempo de oração-celebração. Para isso, é importante preparar com antecedência o ambiente e a celebração. O “Catequese Hoje” tem postado belas sugestões em “Tempo da Delicadeza”.

Organizar Manhãs ou Tardes de Espiritualidade, de maneira bem catequética, cuidando da centralidade da Palavra de Deus. Cuidar para ter espaço de silêncio e oração pessoal. É possível convidar alguém para ajudar na reflexão, mas cuidado para não transformar tudo em palestra e lição de moral. Seria bom se fosse planejado uma vez por semestre, pelo menos.

Organizar retiros (um dia, um final de semana) com o grupo de catequista. O catequista precisa sair da rotina diária, ter espaço para saborear o encontro com Deus e consigo mesmo. Retiro não é curso ou palestra. Podemos pedir ajuda de algum pregador. Pode ser agendado uma vez ao ano. Quem experimenta o gosto bom de um retiro não irá fugir dele.

Cuidar especialmente da Acolhida dos catequistas, catequizandos, famílias. Isto é parte integrante do cultivo de uma Espiritualidade da Comunhão.

Desenvolver o cuidado com cada catequista e também catequizando, percebendo cada um como uma delicada obra de arte de Deus. Escutar as pessoas, ser sensível ao que estão passando.

- É necessário aprender a “gastar tempo” diante do Senhor e de sua Palavra. Podemos cultivar a espiritualidade através de pequenas coisas:
a) A oração ao amanhecer e ao dormir;
b) A leitura cotidiana de trechos da Bíblia,
c) Leitura Orante da Bíblia;
d) Ofício divino das comunidades;
e) A contemplação e a adoração silenciosa ao Santíssimo;
f) Os momentos de silêncio interior para escutar os apelos de Deus;
g) A escuta de músicas, orações ou reflexões de um CD de meditação;
h) A participação na Celebração Eucarística;
i)  E outros;

Temos que ter o cuidado para não cair na rotina de usar somente as orações “decoradas” ou simplesmente lidas. É importante rezar a vida e rezar com a vida, trazendo para o nosso interior, portanto, a realidade em que vivemos. Perceber a presença e atuação de Deus na vida, no mundo.

- A oração em comum alimenta em todos a comunhão na vivência em comunidade. A Celebração Eucarística é a que mais expressa e realiza a comunhão com Deus e com os irmãos. Mas a Espiritualidade da Comunidade não se reduz à participação na missa. Toda a vida do cristão deve ser um culto agradável a Deus.

Lucimara Trevizan
Comissão Regional Bíblico-Catequética do Leste 2
15.11.2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

belo texto do CEBI



O Natal só tem sentido se aponta para a Ressurreição! (Direção do CEBI)


Reviver a experiência natalina é um convite a ver de novo os sinais da presença divina nas antigas imagens e cenários
Chega o mês de dezembro e com ele se aproxima a celebração de mais um natal e de mais um fim de ano. Nos dias do advento, tempo que antecede o natal, atravessamos espaços litúrgicos sempre em busca de um encontro renovado com Jesus de Nazaré.
Este período sempre traz consigo um convite para revisitarmos caminho e caminhada, perguntar como estamos e como chegamos a este instante da jornada. Talvez, alguns de nós estamos chegando como o casal de Emaús: Desgastados e desalentados da dura caminhada até aqui. Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para o povoado chamado Emaús, a onze quilômetros de Jerusalém. No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam a respeito de tudo, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles, mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo. (Lucas 24, 13-16)
Olhos cansados e desalentados são impedidos de ver, de reconhecer a presença de Jesus. Esta cena serve como um retrato das comunidades cristãs na época em que Lucas escreve seu Evangelho. Em nossos dias também cresce o número de pessoas que não acreditam mais em nada. Sem utopias e sem fé, muitas pessoas se encontram desiludidas com os problemas dentro das igrejas e na sociedade. Tudo isso faz crescer o medo, a violência e a falta de esperança no meio do povo.
O texto do caminho de Emaús tem inspirado não só a metodologia da leitura popular da Bíblia, mas toda a nossa espiritualidade. Nosso objetivo é conduzir o olhar não para o texto, mas para o caminho, para a vida e para os novos horizontes que se abrem a partir dela. Inspirados e inspiradas nesse texto, mais uma vez queremos convidar a todos nós que estamos na caminhada a levantar os olhos e reconhecer a presença do Menino que renasce. Reconhecê-lo no caminho a despeito de todos os sinais de violência, medo, dor e sofrimento. O natal só tem sentido se aponta para a páscoa da Ressurreição!
Reviver a experiência natalina é um convite a ver de novo os sinais da presença divina nas antigas imagens e cenários. Podemos, sob a inspiração do caminho de Emaús, olhar de novo a cena natalina e lá reconhecermos Jesus presente... na estrela que guia sempre no meio da noite escura... nos anjos que aparecem aos pastores e os fazem levantar e seguir em busca... no estábulo em sua tão rica humildade... no abraço de Maria e José diante do menino que mudou todo o curso e planos de suas vidas... e finalmente olhar e ver de novo o milagre de uma criança recém-nascida, pequena, vulnerável e frágil, mas, que traz consigo sinal de vida e esperança.
Com os olhos abertos e corações reaquecidos pela presença de Jesus contemplado na antiga cena natalina, tornemos a olhar ao nosso redor e olhemos outra vez a nosso cenário de vida e de luta! E quem sabe, como o casal de Emaús que voltou ao mesmo cenário onde seus olhos tinham contemplado apenas a morte, agora veremos algo novo, gente reunida declarando: “É verdade! O Senhor ressuscitou!” (v.33,34).  É verdade, uma criança nasceu e nos faz renascer!
Gente reunida declarando que a vida venceu a morte, pequeno grupo que resiste, pois reconhece que Jesus vive e renasce sempre. Isso é natal! Jesus nascendo sempre de novo nesse mistério que envolve a vida.  Que sejam assim nossos grupos, gente da leitura popular da Bíblia, gente reunida com a vida e a fé renovadas pela certeza de Jesus presente nascendo sempre de novo!
Adeodata, Odja e Luiz, Direção Nacional do CEBI


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Re-inventar a catequese
com o entusiasmo de quem descobriu o tesouro
e quer ser um discípulo apaixonado pelo Reino.
Proclamação do Evangelho segundo Mateus (Mt 13,44-46):
O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo. O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, ele vai vende todos os bens e compra aquela pérola.
Para refletir:
“Há uma história de um homem que corre ao encontro de um monge que está passando pela aldeia: ‘Dê-me a pedra, a pedra preciosa!’ O monge diz: ‘De que pedra você está falando?’ O homem: ‘Ontem à noite, Deus me apareceu em sonho e disse: ‘Um monge estará passando pela aldeia ao meio-dia de amanhã, e se ele lhe der uma pedra que leva consigo, você será o homem mais rico do país. Então, dê-me a pedra!’ O monge remexeu no saco e tirou um diamante. O maior diamante do mundo, do tamanho da cabeça de um homem! E disse: ‘É essa pedra que você quer? Eu a encontrei na floresta. Tome-a’ O homem agarrou a pedra e saiu correndo para casa. Mas não pôde dormir aquela noite. Na manhã seguinte, muito cedo, foi onde o monge estava dormindo,
debaixo de uma árvore, acordou-o e disse: ‘Aqui está o seu diamante de volta. Quero a riqueza que o torna capaz de jogar a riqueza fora’. Isso é o que temos de descobrir se quisermos achar a alegria”
(Anthony de Mello).
Partilhar em grupo:
1. Qual é o seu verdadeiro tesouro, sua alegria?
2. A partir das parábolas, o que é catequizar? Nossos encontros, nosso ministério e nossa vida revelam que somos pessoas que encontraram a verdadeira alegria?
3. Qual a maior riqueza da catequese? O que fazer para ajudar catequista e catequizando a encontrar a verdadeira alegria?
4. Uma frase que sintetize a idéia do grupo sobre esse texto.