O Natal só tem sentido se
aponta para a Ressurreição! (Direção do CEBI)
Reviver a experiência natalina é um convite a ver de novo
os sinais da presença divina nas antigas imagens e cenários
Chega o mês de dezembro e com ele se aproxima a celebração
de mais um natal e de mais um fim de ano. Nos dias do advento, tempo que
antecede o natal, atravessamos espaços litúrgicos sempre em busca de um
encontro renovado com Jesus de Nazaré.
Este período sempre traz consigo um convite para revisitarmos
caminho e caminhada, perguntar como estamos e como chegamos a este instante da
jornada. Talvez, alguns de nós estamos chegando como o casal de Emaús:
Desgastados e desalentados da dura caminhada até aqui. Naquele mesmo
dia, dois deles estavam indo para o povoado chamado Emaús, a onze quilômetros
de Jerusalém. No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia
acontecido. Enquanto conversavam a respeito de tudo, o próprio Jesus se
aproximou e começou a caminhar com eles, mas os olhos deles foram impedidos de
reconhecê-lo. (Lucas 24, 13-16)
Olhos cansados e desalentados são impedidos de ver, de
reconhecer a presença de Jesus. Esta cena serve como um retrato das comunidades
cristãs na época em que Lucas escreve seu Evangelho. Em nossos dias também
cresce o número de pessoas que não acreditam mais em nada. Sem utopias e sem
fé, muitas pessoas se encontram desiludidas com os problemas dentro das igrejas
e na sociedade. Tudo isso faz crescer o medo, a violência e a falta de
esperança no meio do povo.
O texto do caminho de Emaús tem inspirado não só a
metodologia da leitura popular da Bíblia, mas toda a nossa espiritualidade.
Nosso objetivo é conduzir o olhar não para o texto, mas para o caminho, para a
vida e para os novos horizontes que se abrem a partir dela. Inspirados e
inspiradas nesse texto, mais uma vez queremos convidar a todos nós que estamos
na caminhada a levantar os olhos e reconhecer a presença do Menino que renasce.
Reconhecê-lo no caminho a despeito de todos os sinais de violência, medo, dor e
sofrimento. O natal só tem sentido se aponta para a páscoa da Ressurreição!
Reviver a experiência natalina é um convite a ver de novo os
sinais da presença divina nas antigas imagens e cenários. Podemos, sob
a inspiração do caminho de Emaús, olhar de novo a cena natalina e lá
reconhecermos Jesus presente... na estrela que guia sempre no meio da noite
escura... nos anjos que aparecem aos pastores e os fazem levantar e seguir em
busca... no estábulo em sua tão rica humildade... no abraço de Maria e José
diante do menino que mudou todo o curso e planos de suas vidas... e finalmente
olhar e ver de novo o milagre de uma criança recém-nascida, pequena, vulnerável
e frágil, mas, que traz consigo sinal de vida e esperança.
Com os olhos abertos e corações reaquecidos pela presença de
Jesus contemplado na antiga cena natalina, tornemos a olhar ao nosso redor e
olhemos outra vez a nosso cenário de vida e de luta! E quem sabe, como o casal
de Emaús que voltou ao mesmo cenário onde seus olhos tinham contemplado apenas
a morte, agora veremos algo novo, gente reunida declarando: “É verdade! O
Senhor ressuscitou!” (v.33,34). É verdade, uma criança nasceu e nos faz
renascer!
Gente reunida declarando que a vida venceu a morte, pequeno
grupo que resiste, pois reconhece que Jesus vive e renasce sempre. Isso é
natal! Jesus nascendo sempre de novo nesse mistério que envolve a vida.
Que sejam assim nossos grupos, gente da leitura popular da Bíblia, gente
reunida com a vida e a fé renovadas pela certeza de Jesus presente nascendo
sempre de novo!
Adeodata, Odja e Luiz, Direção Nacional do CEBI
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