sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Sem a luz do Espírito não se entendem estas palavras (Jo 6, 60-69) - Mesters, Loes e Orofino


Texto extraído do livro "RAIO-X DA VIDA" - Círculos Bíblicos do Evangelho de João. Coleção A Palavra na Vida 147/148. Autores: Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino. Mais informações vendas@cebi.org.br.

Aqui termina o discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum. Muitos discípulos achavam: Jesus está indo longe demais! Está acabando com a celebração da Páscoa! Está se colocando no lugar mais central da nossa religião! Por isso, muita gente se desligou da comunidade e não ia mais com Jesus. Jesus reage dizendo: "É o espírito que dá vida, a carne para nada serve. As palavras que vos disse são espírito e vida". Não devem tomar ao pé da letra as coisas que ele diz. Só mesmo com a ajuda da luz do Espírito Santo é possível entender o sentido de tudo que Jesus falou (Jo 14,25-26; 16,12-13).
No fim sobram só os doze. Jesus diz a eles: "Se quiserem, podem ir embora!" Jesus não faz questão de ter muita gente. Nem muda o discurso quando a mensagem não agrada. Jesus fala para revelar o Pai e não para agradar a quem quer se seja. Prefere permanecer só do que estar acompanhado por pessoas que não se comprometem com o projeto do Pai.
A resposta de Pedro é bonita: "A quem iremos? Você tem palavras de vida eterna!" Mesmo sem entender tudo, Pedro aceita Jesus e crê nele. Apesar de todos os seus limites, Pedro não é como Nicodemos que queria ver tudo bem claro de acordo com as suas próprias ideias. E, mesmo assim, entre os onze havia gente que não aceitava a proposta de Jesus.

ALARGANDO
Os discípulos rejeitam Jesus - João 6, 59-66
Em seu discurso Jesus se apresentou como um alimento que sacia a fome e a sede de todos aqueles e aquelas que buscam a Deus. A mesma privação por que passou o povo no deserto (Ex 16 e 17), quando faltaram comida e água. Diante da provação o povo caiu na tentação, duvidando da presença de Deus caminhando com eles.
Nesta mesma tentação caem os membros da comunidade do Discípulo Amado, duvidando da presença de Jesus na partilha do pão. Diante das palavras de Jesus "comer minha carne e beber o meu sangue", muitos da comunidade rejeitaram Jesus, murmurando igual ao povo do deserto (Jo 6,60). Eles tomam a decisão de romper com Jesus e com a comunidade, "voltando atrás e não andavam mais com ele" (Jo 6,66).

A profissão de fé de Pedro - João 6,67-71
Diante da crise provocada por suas palavras e seus gestos, Jesus se volta para seus amigos e amigas mais íntimos, aqui representados pelos doze, e lhes pergunta se também o abandonarão (Jo 6,67). Pedro toma a palavra em nome do grupo e professa sua fé no pão partilhado e na palavra. Jesus é a palavra e o pão que saciam o novo povo de Deus (Dt 8,3). Mas mesmo neste círculo mais íntimo existe um adversário (Jo 6,70-71) "que come do meu pão, mas levanta o calcanhar contra mim" (Sl 41,10; Jo 13,18).

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