sexta-feira, 5 de outubro de 2012

retirado de formação de catequistas


A Bíblia abrange um período histórico de 1000 a.C. a 100 d.C. e representa uma preciosa
fonte literária para a história da humanidade. Fazendo jus à sua etimologia (do grego Biblion), a
Bíblia constitui uma autêntica biblioteca, contendo uma coleção de livros bastante diversificada em
relação à forma (extensão, vocabulário, estilo) e conteúdo.
A Bíblia apresenta relatos em prosa, códigos legislativos, provérbios e máximas morais,
cartas, poesia lírica e dramática, profecias, liturgia, folclore, lendas. Traz inclusive imperfeições,
lacunas deficiências científicas, filosóficas e religiosas que poderiam até nos escandalizar.
Percebemos até divergências na transmissão das próprias palavras de Jesus o que torna difícil, mas
não impossível conciliar tantas diferenças e disparidades.
A Bíblia é a Palavra de Deus escrita com mão humana. Deus ao se revelar na história
respeitou a liberdade e a linguagem humana tão pobre e tão precária. É bonito perceber que a
Palavra de Deus assumiu uma roupagem humana (linguagem), mesmo com suas deficiências, do
mesmo modo como Cristo assumiu a sua natureza humana.
A constituição do Vaticano II, sobre a Palavra Deus (Dei Verbum), aproxima o mistério da
Bíblia ao mistério do Verbo encarnado: “as palavras de Deus, expressas em línguas humanas,
tornaram-se intimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo eterno do Pai,
tomando a carne da fraqueza humana, se tornou semelhante aos homens” (DV 13).
Ser fiel, portanto, ao mistério da Bíblia significa estar ciente de seu aspecto humano, que
não foi absorvido pela Palavra de Deus, mas foi assumido por ela.

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