quarta-feira, 20 de março de 2013


Comunidade, ensaio do Reino (Carlos Mesters)
Toda nova experiência de Deus, quando verdadeira, traz mudanças profundas na
convivência humana. Eis algumas das mudanças que apareceram na comunidade de pessoas que se
formou ao redor de Jesus.
1. Todos irmãos. A base da comunidade não é o saber, nem o poder, mas a igualdade de
todos como irmãos. É a fraternidade.
2. Igualdade homem e mulher. Jesus muda o relacionamento homem mulher, pois tira o
privilégio do homem em relação à mulher.
3. Partilha dos bens. Ninguém tinha nada de próprio(Mc 10,28). Jesus não tinha onde
reclinar a cabeça (Mt 8,20). Mas havia uma caixa comum que era partilhada também
com os pobres (10 13,29).
4. Amigos e não empregados. A partilha deve atingir a alma e o coração (At 1,14;4,32).
Eles rezam juntos, sofrem juntos. A comunhão deve chegar ao ponto de não haver mais
segredo entre eles (10 15,15).
5. Poder é serviço. (Lc 22,25-26; Mc 10,44; Jo 13,15; Mt 20,28).
6. Poder de perdoar e reconciliar. O perdão de Deus passa pela comunidade que deve ser
lugar de perdão e de reconciliação, e não de condenação mútua (Jo 20,23; Mt 18,18).
7. Oração em comum. Eles iam juntos em romaria ao Templo (10 2,13;7,14;10,22-23),
rezavam antes das refeições (Mc 6,41; Lc 24,30), freqüentavam as sinagogas (Lc 4,16).
E, com grupos menores, Jesus se retirava para rezar (Lc 9,29; Mt 26,36-37).
8. Alegria. Jesus diz aos discípulos: “Felizes são vocês, porque seus nomes estão escritos
no céu” (Lc 10,20), seus olhos vêem a realização da promessa (Lc 10,23-24), o Reino é
de vocês! (Lc 6,20). É a alegria que convive com dor e perseguição (Mt 5,11). Ninguém
consegue roubá-la (Jo 16,20-22).
Estas são algumas das características da comunidade que nasce ao redor de Jesus. Ela é o
modelo para a comunidade dos primeiros cristãos, descrita nos Atos dos Apóstolos (At 2,42-47;
4,32-35). Serve de modelo para todos nós! A comunidade deve ser como o rosto de Deus,
transformado em Boa Nova para o povo.

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