quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Os pessimistas, os otimistas e os radicais

Certa vez um índio que morava a beira de um rio, cansado de perder tudo para a enchente que vinha todo ano furiosa e engolia ocas, plantações e tudo mais que eles tivessem conquistado, resolveu colocar um plano em ação. Todo ano era a mesma coisa, a tribo toda subia para a colina e, após a enchente destruir tudo, eles faziam novas ocas no chão ainda molhado e plantavam sementes. A tribo não se mudava daquela área, pois ali a terra era produtiva. Não havia uma rota de fuga, teriam que aprender a viver ali. Mas aquele índio cresceu vivendo aquela situação e todos da tribo já estavam acostumados. Alguns de tão acostumados, quando começava a chover, já derrubavam as ocas e saiam destruindo as plantações. Aquele índio era diferente, ele não se conformava com aquela situação e sempre falava para o povo da tribo "vou dar um jeito de não perder tudo para a enchente", e começava o burburinho. Os pessimistas cochichavam: "espia ta doido, esse ai já não tem mais cura". Os otimistas falavam: "tomara que ele consiga e ajude a todos nós". E os radicais já davam um grito lá do fundo: "esse ai ta cheio de espíritos malignos". E todos da tribo se assustavam e se afastavam daquele índio. Mas ele não se abalou, colocou seu plano em ação e começou a construir uma oca alta, bem acima do chão. No entanto todas as ocas da tribo eram junto ao chão, aquilo era loucura para os outros índios e muitos juravam que não iria dar certo. Durante dias ele saía para a mata e pegava tudo que iria precisar: troncos de árvores, palhas, bambus, cipós e foi amontoando tudo frente a sua oca.
O Chefe da tribo incomodado com os falatórios foi falar com o índio e questionar sobre aquela obra. O chefe começou a fazer perguntas para aquele índio que corria contra o tempo, pois faltavam poucas luas para o início das chuvas. O índio respondia as indagações do chefe apenas com uma frase "eu vou tentar". O chefe da tribo, então, o deixou em paz após ouvir sempre a mesma resposta: "eu vou tentar". Enquanto isso, todos olhavam tudo que aquele índio fazia. Os pessimistas cochichavam: "não vai dar certo, tá na cara". Os otimistas falavam: "que rapaz corajoso, vai dar certo". E os radicais gritavam: "espia, fazendo um templo a mando do coisa ruim". E todos se assustavam e se afastavam daquele índio. Faltava apenas uma lua para as chuvas chegarem e aquele índio parecia que havia ficado surdo e não escutava ninguém que viesse falar que aquilo era loucura e que não iria dar certo.
Ele já havia cavado buracos e fincado troncos no chão, inúmeros troncos ele colocou em buracos que cavou há dias sem a ajuda de ninguém. Ele fez um piso com amarrações de cipós, junto a bambus, palha e barro para cobrir e formar um piso e, então, construir sua oca e plantar sementes em cima daquele chão que acabou de levantar. Fez tudo com muito zelo e cuidado, certificando se que tudo havia ficado firme.
Ninguém da tribo sabia, mas aquele índio orava à Deus todos os dias e no coração dele havia a certeza que a resposta era: "Sim, você vai conseguir". Fortalecido pela fé ele continuava surdo e não ouvia ninguém que viesse falar que aquilo era loucura e que não iria dar certo. Ao terminar a obra e com os gotejo da chuva que estava por vir, muitos índios já estavam rente a colina e alguns ainda tentaram convencer aquele índio a ir junto, mas ele continuava firme em sua decisão. De cima da colina todos avistavam a tribo e a construção daquele índio. A chuva começou a cair e todos olhanvam atentos o que iria acontecer. O rio, então, começou a subir. Os pessimistas cochichavam: "vai cair tudo e ele vai vir pra colina toda molhado, espia". Os otimistas falavam: "deu certo”. E os radicais gritavam: "isso é pacto com o coisa ruim, mas não vai demorar a cair". Mas ninguém se assustou e muitos queriam estar lá, junto daquele índio que havia se tornado um exemplo de coragem e perseverança. Passaram-se dias e o rio subiu como todos os anos, a enchente veio e destruiu as ocas da tribo e as plantações. Menos a oca daquele índio que estava alta, feito uma colina, mas aquela não foi Deus que criou com suas próprias mãos e, sim auxiliou seu filho diante de sua coragem e força de vontade.
Após o término das chuvas, os índios voltaram da colina e todos começaram a fazer uma construção igual a daquele índio, mas os poucos pessimistas e radicais que sobraram falavam: " Hum! Não caiu agora, mas qualquer vento que vier derruba."
Não ouça os pessimistas, muito menos os radicais, pois esses sempre irão te falar que não dará certo, que não haverá benefício naquilo que você está fazendo. Seja como aquele índio, peça à Deus, confie nele e ponha seu plano em prática. Seja surdo para aqueles que vierem dizer que é loucura e que não dará certo e se vierem questionar, responda: "eu vou tentar". Fortaleça sua fé e o resultado será grandioso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário