quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Do subsídios de formação de catequese

Espiritualidade do Seguimento para o Catequista-Discípulo Missionário
“Como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o
Evangelho, que é o próprio Cristo. (...) somos portadores de boas novas
para a humanidade, não profetas de desventuras” (DA 30).
A espiritualidade cristã rima com missão e seguimento. Deixar-se guiar pelo Espírito que
animou Jesus em sua missão é o propósito para aquele que deseja se colocar no caminho do
discipulado-missionário de Jesus.
No ponto de partida da espiritualidade do seguimento se opera um encontro com o Senhor.
Os Evangelhos nos relatam que Jesus chama os discípulos: “segui-me e eu vos farei pescadores de
homens” (Mc 1,17; Mt 4,19; Jo 1,43). A convocação ao discipulado apresenta um caráter absoluto e
incondicional. Não há possibilidade de meios-termos. A resposta dos discípulos é imediata: “e
deixando as redes o seguiram” (Mc 1,18); “e eles, deixando o pai Zebedeu no barco com os
empregados, partiram em seu seguimento” (Mc 1,20).
Deixar as redes e o pai significa deixar tudo, romper com a vida anterior. É romper com a
tradição e com as seguranças do mundo. O discípulo renuncia tudo isso para acolher a novidade do
chamado que se faz urgente e necessário. O seguimento implica igualmente uma exigência de
renúncia de si, o que significa descentrar-se para centrar-se em Jesus (Mc 8,34). Esse
“desenraizamento” para o discipulado significa um “deixar” em função de receber em dom um
mundo novo, uma nova existência.
A nossa sociedade tem necessidade de testemunhas apaixonadas por Cristo e seu evangelho,
que fazem experiência de Deus e transmitam com a vida. No mundo secularizado em especial os
jovens, eles tem sede de autenticidade, questionando se realmente acreditamos no que anunciamos,
e se vivemos o que acreditamos e se anunciamos realmente o que vivemos?
Na medida em que é ponto de partida para o seguimento, a conversão instaura um
dinamismo de vida movido pelo Espírito, que provoca uma saída de si mesmo e uma abertura para
Deus e os outros. Junto com a conversão vem a sede de viver em sintonia com a proposta
evangélica.
A fidelidade ao seguimento de Jesus convoca ao êxodo e ao compromisso. Aquele que se
instala, se acomoda, deixa de ser seguidor de Jesus. O seguimento é disponibilidade, capacidade de
mudança. O critério fundamental é pôr-se a caminho com Jesus.
O seguimento, enquanto êxodo, não significa somente “estar onde está Jesus”, mas trilhar os
seus caminhos. O cego Bartimeu que estava sentado à beira do caminho, provocado pela presença
de Jesus, abandona a condição de estabilidade, deixando o que era tudo para ele (sua capa, seu
mundo) para caminhar com Jesus (cf. Mc 10,46-52). “Não há fé onde não há seguimento de Jesus;
e não há seguimento de Jesus onde não há movimento” (Jose Castillo).

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